Prosa caipira

Amanheceu o dia e o sol a brilhar no sítio Pau de Arara, pois este foi o tal brilhante nome dado pelo o seu Zé Curió, para lembrar de sua terra natal. E nesse decorrer do galo a cantar, chega o compadre Zé Bronco.

- Bons dias compardi, cadê o café?

- Dia compadre, estou a fazer hoje o café, porque minha velha Josefina está com mau de tal preguiça atômica pra variar.

- A minha é assim mermo compardi Zé Curió, tem dia que tá uma lançadeira, mas noutro tá uma espreguiçadeira. É um pobema.

- Compadre Zé Bronco, não é querer lhe corrigir não, já lhe corrigindo. Não é pobema, é probrema!

- Mas compardi Zé Curió, sem querer lhe concertar, já lhe concertando. Não é probrema, e sim problema!

- Oxente, mas o senhor tá falando errado, o certo é conserto com s, e não concerto com c.

- Olha quem tá falando? o sujo do mau lavado! Como o senhor sabe disso?

- Oia é muito fácil, eu tenho o pai dos burros, aqui em casa.

- E quem é esse cidadão?compardi! Que tu não me apresentou?

- Mas tu é burro mesmo, não é compadre Zé Bronco!

- Agora tu me ofendeu compardi, arretire essa palavra horrível!

- Mas compadre, o pai dos burros, não é uma pessoa e sim um livro, é o apelido do dicionário.

- Ah! Sim tá bão, porque tu não disse logo omim!

- Compadre não é omim, é homem!

E assim essa prosa caipira, fluiu o dia todo entrando pela a noite adentro.

E haja paciência! E saco de boi para aguentar esses dois.

Déboro Melo
Enviado por Déboro Melo em 25/05/2022
Reeditado em 30/05/2022
Código do texto: T7523563
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