Prosa caipira
Amanheceu o dia e o sol a brilhar no sítio Pau de Arara, pois este foi o tal brilhante nome dado pelo o seu Zé Curió, para lembrar de sua terra natal. E nesse decorrer do galo a cantar, chega o compadre Zé Bronco.
- Bons dias compardi, cadê o café?
- Dia compadre, estou a fazer hoje o café, porque minha velha Josefina está com mau de tal preguiça atômica pra variar.
- A minha é assim mermo compardi Zé Curió, tem dia que tá uma lançadeira, mas noutro tá uma espreguiçadeira. É um pobema.
- Compadre Zé Bronco, não é querer lhe corrigir não, já lhe corrigindo. Não é pobema, é probrema!
- Mas compardi Zé Curió, sem querer lhe concertar, já lhe concertando. Não é probrema, e sim problema!
- Oxente, mas o senhor tá falando errado, o certo é conserto com s, e não concerto com c.
- Olha quem tá falando? o sujo do mau lavado! Como o senhor sabe disso?
- Oia é muito fácil, eu tenho o pai dos burros, aqui em casa.
- E quem é esse cidadão?compardi! Que tu não me apresentou?
- Mas tu é burro mesmo, não é compadre Zé Bronco!
- Agora tu me ofendeu compardi, arretire essa palavra horrível!
- Mas compadre, o pai dos burros, não é uma pessoa e sim um livro, é o apelido do dicionário.
- Ah! Sim tá bão, porque tu não disse logo omim!
- Compadre não é omim, é homem!
E assim essa prosa caipira, fluiu o dia todo entrando pela a noite adentro.
E haja paciência! E saco de boi para aguentar esses dois.