Uma misteriosa moça gótica

Todos os dias, de segunda a sexta-feira, às 5h00 horas da tarde,quando,eu volto do meu trabalho de ônibus,eu avisto uma moça gótica de vestido preto longo em frente a entrada de um cemitério com uma rosa em mãos.

Ela caminha lentamente com um aspecto fúnebre e uma maquiagem cadavérica,ela é branca,e usa tênis pretos,toda vez,é a mesma coisa,eu voltando do meu trabalho de ônibus,coincide de vê-la no mesmo horário e nos mesmos dias,e no mesmo local dela estar lá e de eu morrer de curiosidade para saber o que ela vai fazer lá, naquele cemitério com uma rosa em mãos para quem será destinada aquela linda flor?

Que ela levava todo dia ,sem falta, com a mesma fisionomia de tristeza e melancolia que parecia que ela não podia deixar de ter.

Um dia,depois de meses, nessa mesma rotina,eu me encorajei e decidi por mim mesmo,descer ali bem antes de onde, eu desço,para chegar em casa.

Eu,então,desci ali,no ponto do cemitério que eu passava sempre só que minutos antes da moça que eu também sempre via só para resolver lhe perguntar o porquê dela todos os dias fazer a mesma coisa e para quem ela levava a tal rosa,será que era para um túmulo em especial? Será que era para um ente querido em questão?

Era isso que eu pretendia saber naquela hora das 5h00,assim que desci fora do meu ponto de ônibus,como de costume, só para eu desvendar o mistério que mexia com a minha cabeça, desde, a primeira vez que eu pude ver aquela moça gótica com seu longo vestido preto e com seus tênis de cadarços quase desamarrados ao entrar sozinha misteriosamente pelo portão de entrada do cemitério apenas com uma linda rosa em mãos a andar com seus passos vagarosos entre túmulos em direção a algum lugar que seja o seu ponto fixo desde sempre.

Pois bem,foi então,que eu decidi,ficar parado,lá,em frente ao cemitério às 4h55 ,ou seja, 5 minutos,antes dela,aparecer,sozinha e a pé,vindo,sabe-se,lá,de onde.

Ao chegar,o horário determinado,ela não só aparece como apareceu,como um passe de mágica,ela era pontual,como se fosse um relógio da torre de Londres que jamais atrasa,ela me viu,e seguiu adiante,e eu fui seguindo seus passos fúnebres,ela não estava nem ligando com minha presença curiosa,eu estava um pouco distante dela,ela andava, andava e andava,e eu seguia atrás,a gente já havia andado quase por todo o cemitério e nada dela chegar a algum túmulo ou algum lugar que eu fosse capaz de descobrir, onde quer que seja o seu mistério.

Depois de cerca de quase uma hora andando para lá e para cá, sem parar pelo cemitério e eu sem nada ter lhe dirigido a palavra,ela,de repente,para diante,de um lindo túmulo,e repousa nele sua rosa.

Assim que ela parou,ficando estática por ali,parecendo sobre sua vida a refletir,eu me aproximei dela,pedi licença,sem me atrever a assustá-la e lhe perguntei, o porquê dela ir ao cemitério todo dia com uma rosa e para quem era aquela sua rosa e por que sempre o mesmo horário?

Ela me perguntou: Como você sabe de tudo isso? Eu lhe respondi ,que,na verdade,eu já tinha percebido sua certa frequência no cemitério,quando,eu volto do trabalho para ir para casa e de tanto ficar curioso,resolvi lhe perguntar,para matar minha curiosidade acabar com esse enigma.

Ela me respondeu: Ah sim! Então,está certo!

Vou matar sua curiosidade,antes que ela te mate,ela disse isto rindo para não chorar.

Eu venho aqui,porque,eu tenho tempo de sobra para deixar,todos os dias,uma rosa diferente no túmulo de minha mãe,porque minha mãe adorava rosas.

E sempre venho às 5h00 da tarde que é o horário do óbito de minha mãe ,eu ainda me lembro,quando,ela morreu de câncer,nos meus braços.

Ah! Sim, agora, eu entendi! O caso agora está desvendado,eu lhe agradeci por matar minha curiosidade de tempos e lhe dei minhas condolências por sua falecida mãe que deve ter sido muito querida e fui embora com ela dali do cemitério,naquele certo dia que era uma segunda-feira e eu soube que ela era solteira e resolvemos fazer uma bela amizade e nunca mais,deixamos de nos falar,desde então.

Agora,sempre que eu for vê-la em frente ao portão escancarado do cemitério de dentro da janela do ônibus,eu já saberei sobre o motivo de sua visitação diária.

Autor: Wilhans Lima Mickosz

Wilhans Mickosz
Enviado por Wilhans Mickosz em 09/05/2022
Reeditado em 09/10/2022
Código do texto: T7512741
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