Um monólogo de quem eu não sei

Eu sendo um poeta no final da década de 90.

Não! Eu era apenas um ator que usava essa personagem para fazer apresentações em ruas e arenas.

Eu sendo um poeta com uma fala qual ainda lembro mas não sei à quem pertenceu.

Me passaram com se fosse um cordel.

Eu sendo jovem, cabelos compridos e barba rala, roupas pretas e amassadas.

Eram um casaco? Um paletó vagabundo e cheirando a mofo! Era o que eu tinha de figurino.

A tecnologia não era smartphone. Tínhamos câmeras fotográficas clareando as nossas faces em meio aqueles desconhecidos rotos. Pessoas que ali passavam diariamente, pessoas que nunca passava também mas que passou.

E de quem é mesmo aquele texto?

Era um poema?

Era um cordel?

Era o que me fizeram decorar como o meu nome de batismo.

Sim! Já pesquisei e não encontrei. Sou intuitivo e creio que uma luz há de ascender.

" Nesse mundo de meu Deus, têm gente de todo jeito, Cada um dar o que tem, conforme seja o sujeito. É como diz o ditado" Quem é bom, já nasce feito"'

Salve-me!

Salve-me do esquecimento!