VAMOS DE UBER OU DE TÁXI?
Faz tempo que não temos mais carro. Usávamos o transporte público, que em Curitiba ainda é bom e temos passe livre. Porém, durante a Pandemia, tivemos que evitar e passamos a chamar Uber ou táxi.
Ultimamente, preferimos usar o serviço de táxi porquê tivemos algumas experiências desagradáveis com a outra modalidade. Há poucos anos tive que fazer muitas sessões de radioterapia em uma clínica distante de casa. Meu companheiro e eu íamos de Uber. Certo dia, o motorista que nos atendeu perguntou se poderia passar primeiro na creche para apanhar seu filho. Eram 17 h e não poderia voltar depois. Não fizemos objeção. Ele colocou o menino no banco traseiro, entre nós. O garoto, que nunca nos tinha visto, começou a chorar e seu choro desandou para um berreiro incontrolável. Não havia nada que o calmasse. Resultado: chegamos à clínica perturbados. Eu, que deveria estar relaxada para a terapia, fiquei muito nervosa.
Em outra ocasião, o veículo Uber se mostrava tão sujo que tive que passar um lenço no banco para poder sentar-me. Outro motorista, não saiu do carro para ajudar-me a colocar uma mala pesada no bagageiro. De outra feita, o motorista demorou cerca de 40 minutos e, ao entrarmos no automóvel, candidamente nos disse que tinha ido ao supermercado comprar uma garrafa de água mineral, pois fazia muito calor...
E ainda teve uma quarta experiência negativa. O motorista de Uber não conhecia a cidade. Ligou o GPS, entretanto, parecia não entender as orientações do mesmo. Tivemos que ensinar-lhe o caminho.
Não temos tantas queixas dos táxis, porém houve um fato que nos irritou sobremaneira. Havíamos desembarcado no Aeroporto Afonso Pena em São José dos Pinhais. Era noite e estávamos cansados de longa viagem. Um irmão e cunhada nos acompanhavam. Meu companheiro, a cunhada e eu nos sentamos no banco traseiro do veículo. Meu irmão tomou assento ao lado do motorista que falava pelos cotovelos e a cada frase olhava para meu irmão e dizia: “Não é, véio?” Às vezes, até batia no braço de meu irmão e repetia “Não é, véio?” O mano, que tem o cabelo branquinho, ficou desconcertado e muito chateado. Devia ter dito uns desaforos, mas não o fez. Imaginem um sujeito desses fazendo ponto em aeroporto movimentado, transportando todos os dias e noites muita gente, turistas, cidadãos estrangeiros...
O Brasil tem enorme potencial turístico, mas como explorá-lo sem infraestrutura e pessoal qualificado?
Ainda não inventaram remédio, antídoto ou vacina contra falta de educação.