A Saga de Godofredo XX – Reféns

23.04.22

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Godofredo a caminho do leito nupcial, com Mira enroscada em seu corpo, teve uma ideia e a passou mentalmente a Nabi, que ficou na festa com os demais. Disse-lhe:

-Nabi, é nossa oportunidade de darmos um golpe de mestre em Saladino! Todos os seus comandantes e ele estão em nosso barco! Então, vamos deixar a festa correr, se embebedarem e na madrugada de amanhã zarparemos silenciosamente para Malta com eles reféns. Nossos assassin matarão toda a guarda pessoal de Saladino e os jogarão ao mar. Trancafiaremos e amarraremos todos no compartimento de carga do navio. Saladino ficará preso em seu quarto. Enviaremos pombo-correio a Malta explicando a situação, para que não nos ataquem ao lá chegarmos. Fale com Halim e Abbud!

-Mas Hassan, e Mira, agora sua esposa, como fará com ela? Seu pai refém e ela também? Ela é intempestiva e causar problemas para nós. Não aceitará essa situação de forma alguma! – ponderou Nabi.

-Pensei nisso também e lhe contarei depois como resolverei esse assunto. Por enquanto, aja assim – completou Hassan!

Nabi foi até Halim e Abbud e passou as orientações de Hassan, que surpresos, foram disfarçadamente dar as instruções aos seus homens.

A festa estava começando com muito Arak e vinho correndo solto por todos no barco. Saladino, feliz e alegre, conversava animadamente com os seus comandantes. O general Abbdul estava taciturno e quieto. Não compartilhava da alegria geral na embarcação. Saladino aproximou-se e disse-lhe:

-Meu irmão Abbdul, junte-se a nós! Bebamos em homenagem ao casamento da minha filha. Deixe o passado para trás, seu filho será recompensado após vencermos os cristãos, e quem sabe, governará Malta – falou Saladino esfuziante!

-Não confio em seu genro! Ele não me convenceu da sua lealdade. Mas, agora é tarde e tenho que aceitar o que não podemos mudar. Espero que Mira seja feliz, pois foi sua a escolha de se casar com ele. E que não se arrependa! – falou o general.

-Ao abraçá-lo, após casarem, disse-lhe ao pé do ouvido que se causar algum problema a ela, terá que se haver comigo! E terei muitos, muitos netos para defenderem nossa cultura e tradições contras quem nos ameaçar. Que Alá abençoe meus netos! – berrou Saladino, respondido da mesma forma por todos na embarcação . O álcool começou a fazer efeito.

Hassan, já no quarto com Mira, começou a beijá-la. Ela afastou-o e empurrou-o para a cama, dizendo: quietinho! Ele estremeceu de prazer.

Mira começou a executar a dança do ventre de forma sensualíssima, com movimentos coordenados de braços e quadris como uma gata no cio. E a cada movimento, ia delicadamente tirando uma peça da sua roupa. Hassan embebecido, excitava-se a cada despida. Ela o enfeitiçava! Estava somente com a calça bufante e virou-se de costas para ele, mostrando sua pele morena e seu corpo rijo e bem delineado, com seus longos cabelos negros e soltos ondulando sobre seus ombros bem feitos. Vagarosamente, despiu-se da calça e ficou totalmente nua, contorcendo-se como uma víbora, indo assim até Hassan. Ele não aguentou e agarrou-a selvagemente. Fizeram sexo como dois animais!

Novamente, os instrumentos que monitoravam Godofredo no hospital começaram a disparar! Apitavam mais alto do que das outras vezes. Janice acordou do seu cansaço, e estupefata, saiu desembestada pelo corredor do hospital berrando:

-Ele está voltando! Meu marido está voltando à vida! – chorando de felicidade.

Foi contida pelas enfermeiras, que a levaram de volta ao quarto na UTI, onde o neurologista, atônito, não entendia o que acontecia. Godofredo estava da mesma forma, sem esboçar qualquer reação, mas os instrumentos mostravam que algo ocorria em seu cérebro. Ficou o médico intrigado, pois era o terceiro espasmo em menos de duas horas naquele dia.

-Vamos levá-lo agora para a tomografia! – ordenou às enfermeiras.

Janice, na cabeceira da cama, falava baixinho a Godofredo:

-Está voltando meu amorzinho querido! Está voltando para mim! – emocionada e com lágrimas de felicidade escorrendo pelo rosto. Foi levado para fazer o exame.

Mira dormia a sono solto ao lado de Hassan. Era madrugada. Risadas e vozes altas imperavam no navio. Sentiu ele que a nau se movia e ouviu corpos caindo ao mar. Falou mentalmente com Nabi:

-Zarpamos?

-Sim e toda a guarda pessoal de Saladino está morta e jogada ao mar. Agora vamos prender os comandantes, a maioria dorme bêbada no passadiço. Saladino está em seu quarto com o general Abbdul. Colocamos dois de nossos assassin à porta da cabine dele.

-Perfeito! Vou deixar Mira dormindo e vou até vocês. Coloque também um assassin de guarda a porta do meu quarto – respondeu Hassan saindo para o convés do navio.

Chegando, viu os comandantes sendo carregados pelos soldados de Halim, adormecidos ou tontos de tanto álcool ingerido, sem qualquer reação. A ação corria bem. Hassan orientou para que os deixassem sem roupas e dependurassem pelas pernas, os amordaçassem e encapuzassem colocando dois soldados a vigiá-los. Todos foram aprisionados sem saber direito o que ocorria. Hassan estranhou a docilidade dos chefes sarracenos e perguntou a Halim:

-Pôs algo na bebida deles, pois estão obedientes como carneirinhos?

-Sim! Abbdul tem um pó sonífero e colocamos nos seus copos aos servirmos as bebidas . No de Saladino também. O general pouco bebeu, mas está dormindo. O Imam não bebe álcool, mas o dopámos com água e recolhido em sua cabine. Tudo sob controle. Acredito que ao meio dia estaremos avistando Malta – reportou Halim a Hassan.

- Perfeito! Nabi, Abbud venham aqui para conversarmos! – Godofredo chamou-os.

-Vou redigir uma mensagem ao comandante Junot do ocorrido e que nos aguarde amanhã sem nos atacar. Abbud, me passe um pouco do seu pó sonífero para dopar Mira até chegarmos a Malta – completou Godofredo indo ao encontro do seu amor.

Uma sentinela já estava junto à porta dos seus aposentos e o saudou com uma leve reverência. Godofredo entrou e viu que Mira ainda dormia. Viu seu corpo voluptuoso deitado sob o fino lençol transparente e estremeceu. Sentiu desejo de novamente fazer sexo com ela, mas se conteve. Pegou um copo e colocou um pouco de vinho com o sonífero. Ela despertou devagar, espreguiçando-se sensualmente como uma gata, excitando-lhe ainda mais . Ela o viu com dois copos nas mãos e disse:

-Meu amor, quer brindar a nossa maravilhosa noite de núpcias?

-Sim minha princesa! Quero! Brindemos ao nosso amor eterno – estendendo-lhe o copo com o calmante. Ela pegou a taça , tilintaram os cristais e bebeu de um só gole de forma selvagem, arremessando o copo contra a parede. Olhou com seus olhos amendoados e fulgurantes para Godofredo, falou imperativa:

-Venha meu garanhão árabe!

Godofredo excitadíssimo não se aguentou, enlaçou-a e novamente fizeram amor como dois selvagens. Após, ela despencou na cama com um sorriso de felicidade e satisfação, começando a ronronar deliciosamente ao seu lado. Godofredo também cochilava satisfeito com a sua ideia, que até agora, estava dando certo. Silencioso, o navio deslizava calmamente no mar com o lindo luar iluminando sua rota a Malta. Levava todos os chefes inimigos como reféns. Uma façanha!

Nota do Autor:

É obra de ficção e qualquer semelhança é mera coincidência.

Fernando Ceravolo
Enviado por Fernando Ceravolo em 23/04/2022
Reeditado em 23/04/2022
Código do texto: T7501242
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