Casa de Tábua

A história se passa na casa da dona Carolina na cidade de Araçatuba no Sítio Casa de Tábua no ano de 1984.

Sua irmã Antônia morava em São Paulo no extremo Leste. Ela tinha seis filhos e duas sobrinhas, filhas adotivas, mas uma filha chamada Iara , que na época tinha treze anos , começou a dar trabalho para família. A garota resolveu a andar com más companhias . Sua mãe com medo que, acontecesse o pior levou a para morar com sua irmã Carolina no interior de São Paulo.

O tempo era de brilhantina nos cabelos dos homens, e Neltrox nos cabelos das mulhres , quando sobrava dinheiro para comprar . O ferro de passar esquentava na brasa porque lá não tinha energia. O banho quente tinha que esquentar água no fogão a

a lenha ou se tomava banho frio. A Televisão era a bateria na casa de de um vizinho. Somente na cSa deste homem tinha televisão. Ele abria as portas e as janelas para que , as pessoas em volta assistissem a TV do lado de fora.

Assim a menina foi viver com a tia.

Sendo que em sua casa em São Paulo já existia tudo de mais moderno, como : TV, ferro elétrico, banho de chuveiro etc..

Após um mês que Iara estava vivendo com os nove primos., filhos de dona Carolina. As diversões por lá eram, andar de bicicleta, banho no rio Tiete e pescar e uma festinha de vez em quando. Tudo isso poderia somente no final de semana. Porque dura te a semana todos davam duro na Olaria. A produção era pesada e o trabalho intenso. Onde eles se levantavam às quatro da manhã , tomavam um café café e quatro e meia já estavam trabalhando. Meio dia era o almoço e às quatro e meia voltavam para casa.

Quando bateu a saudade sua mãe pegou a filha mais velha e foi até a casa de sua irmã para ver como Iara estava se comportando. A viagem era de trem. O Trem saia da Estação da Luz numa viagem inesquecível até Bauru e depois fazia - se a baldeação e seguia até Araçatuba. Depois uma carona encima do caminhão de tijolos até a Olaria , numa tranquila viagem.

Chegar na casa de dona Carolina , não era fácil , mas a recepção era de alegria e saudade , todos corriam para abracar. As casas simples com chão só no contra - piso e as paredes de tijolos. Sem pintura. Todos que tinham idade acima de quatorze anos trabalhavam na Olaria.

Sempre tinha festa na casa de alguém , o sanfoneiro vinha e tocava a noite inteira. As pessoas dançavam rodeando a mesa. Se você negasse o pedido do rapaz , não dançava com mais ninguém. Tinha que ficar sentada a noite inteira sozinha A irmã de Iara negou o pedido do rapaz e ele disse que ela não dançaria mais. Neste momento começou a confusão , Iara gritou : - Ela vai dançar com quem ela quizer. O rapaz não deixou e veio para cima. Então ela bateu nele e jogou a tampa do fogão de lenha na cabeça dele . Sua irmã Layla não quiz dançar com o Walter porque , ele estava bêbado, muito bêbado e desrespeitou ela com gestos obscenos. As primas Zenaide , Sueli , Neide, Neuza e Maria correm para chamar dona Carolina e dona Antonia para apaziguar a briga. Leni e Vanice entraram debaixo da mesa para se esconder, pois eram crianças e sentiram medo.

Praticamente a festa acabou, naquele momento e no outro dia na " Ronda Policial " da cidade e região, foi contada na Rádio a histórias da moça briguenta de São Paulo que , mandou o moço para a Santa Casa de Araçatuba , com a cabeça rachada.

Ele tomou alguns pontos e foi embora para casa dele. Nunca mais ele e ninguém proibiu alguém de dançar com quem quizesse .

.A adolescente rebelde mudou a lei daquele lugar .

Coitada de sua mãe dona Antônia envergonhada , pelos fatos ocorridos , pegou suas filhas Iara e Layla e vieram embora.

Leila Rodrigues
Enviado por Leila Rodrigues em 04/04/2022
Reeditado em 04/04/2022
Código do texto: T7488011
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