Um cigarro sob a chuva fina em Paris

Eu cruzava a ponte Alexandre III, sobre o Sena. Deixava os Campos Elísios e seguia para o Invalides. Uma chuva fina na noite de Paris. Poucas pessoas na ponte. Poucos carros. E eu seguia com as mãos nos bolsos do pesado casaco jeans. Os cabelos castanhos com as têmporas grisalhas, molhados e escovados para trás. Eu me sentia velho. Um velho a caminho de seu sobrado. Velho e solitário. Havia terminado de restaurar um quadro, tirado umas fotos preto e branco na minha antiga Leica e ouvido pela milésima vez de Jean uma proposta para retomar a carreira de detetive particular. Vamos fazer uma sociedade ele disse. Parei numa marquize de um prédio e acendi um Gauloises. Soprei a fumaça para longe e ali fiquei. Desinteressado e sem pressa de chegar em casa. Takvez parasse um pequeno restaurante italiano e devoraria um Panini de filé com queijo prato derretido e um bom vinho para acompanhar. Um bom lanche para a afastar momentaneamente meus problemas...suspirei e olhei o céu cinza escuro. A chuva estava ficando mais forte.

ELIJAH!!!!

Alguém me chamou. Olhei para a direção da voz. Sophie. Sorri o velho sorriso triste e cansado que me acompanhava a tanto tempo. Ela se aproxima com seu sobretudo e baton vermelho.

Tudo bem? Estou procurando companhia...

Então encontrou companhia. Eu disse a ela e pensei. Também encontrei uma salvação para essa noite....

Wesley Rezende

Wesley Curumim
Enviado por Wesley Curumim em 04/03/2022
Código do texto: T7465458
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