Lampejo de graça
Theo adentrou silenciosamente o escritório do pai, que se dedicava às suas atividades rotineiras de estudo. Parado em frente à estante, na exata localização onde fica a coleção de bíblias do pai, o garotinho começa a se perguntar o porquê de tantos livros parecidos e indaga sobre as histórias neles contidas. Por isso, interrompeu o pai em seu estudo, reclamando o tempo que lhe era devido:
- Papai, você pode me contar uma história que fale de todas as histórias deste livro que você gosta tanto?
O pai, impressionado com o pedido, sentiu-se também desafiado. Depois de alguns minutos a pensar, decidiu contar ao filho a narrativa da redenção. Sabia que a redenção era uma epopeia, mas a única que atenderia o pedido do filho, e por isso fez grande esforço para resumir a história de um jeito que encantasse o menino. Portanto, iniciou de maneira misteriosa:
- Tudo parecia perdido. Eva deu ouvidos à serpente e desobedeceu a Deus, como se não bastasse, deu do fruto proibido da árvore do conhecimento do bem e do mal também para Adão, seu companheiro, que não resistiu e dele comeu. Os olhos de Adão e Eva se abriram para o mal. Naquele momento, o pecado e toda uma bagunça entraram na criação perfeita. Deus disse ao homem: “maldita é a terra por causa de ti!”. O dia tornou-se em trevas no belo Jardim do Éden.
Nesse momento o pai apagou a luz do quarto onde estavam e pegou uma lanterna que mantinha consigo para casos de falta de energia. O menino disse:
- Então Deus ficou muito bravo com Adão e Eva, papai?
- Sim! O castigo do homem e da mulher trouxe más notícias à criação, agora teríamos dor, sofrimento, trabalho duro, espinhos e morte. No entanto, em meio às punições, um lampejo de graça! Deus prometeu que enviaria um salvador: “E porei inimizade entre ti e a mulher e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”. Deus enviou vários servos, os profetas, que sobre um salvador profetizaram.
E acendendo a lanterna continuou: - Na bagunça do Éden, Deus já havia traçado seu gracioso plano para nos perdoar e salvar. Esse plano só se completou muito tempo depois, quando o filho de Maria, a semente da mulher, morreu em uma cruz. Tudo parecia perdido novamente, ele era considerado por aqueles que o rejeitaram como apenas mais um metido a messias crucificado pelos romanos. Satanás, a antiga serpente, pensou que mais uma vez tinha conseguido atrapalhar os planos de Deus.
- O homem da cruz já sei quem é! O senhor está falando sobre Jesus, não é?
- Muito bem, ele mesmo! - respondeu o pai orgulhoso. E continuou: Maria Madalena estava chorando muito ao visitar o sepulcro onde colocaram Jesus, foi a primeira a testemunhar o milagre da ressurreição. O Mestre estava vivo! Foi correndo avisar os discípulos. A boa notícia trazia não só a certeza de que Jesus era o esperado Messias, o filho de Deus, a boa notícia confirmou o “está consumado”, que ele disse na cruz. Jesus venceu os maiores inimigos do homem: Satanás, o pecado e a morte!
- É por isso que as pessoas gostam tanto dele até hoje, papai?
- Isso mesmo, nós o adoramos. E é por isso que quando tudo parece perdido e uma grande bagunça, podemos confiar nele. A obra e sacrifício de Jesus foram perfeitos para Deus. Ele removeu toda maldição e punição que pesava contra nós. Ele anulou os efeitos do pecado e da morte ao declarar que era a vida e a ressurreição. Sua morte na cruz nos traz a certeza de que um dia voltará para nos dar um corpo glorificado como o dele e restaurar até mesmo o paraíso perdido do Jardim do Éden.
Os olhinhos do menino brilhavam enquanto o pai entusiasmado contava as histórias. Saiu do escritório radiante como quem encontrou um tesouro precioso. Deixou o pai continuar suas leituras e foi contar à irmã mais nova sobre como Deus demonstrou sua graça ao mundo por meio de seu filho, Jesus Cristo.