O coração do escritor I
É ardência, tal como a cebola aos olhos e a cabeça constantemente pesada, descrevia sobre o intenso desconforto para com a leitura. O texto continuamente desvela-se como um "objeto" indesejável, seco e áspero. Quem poderá prescrutar o íntimo do "coração" do escritor? Se escreve sobre a dor, sentirá verdadeiramente a dor que perfura e dilacera o peito ou é um enganador que embeleza as frases e dramatiza-as para superficialmente agonizar-vos? Qual é a natureza verídica sentimental do escritor em falsificar o que lhe transcorre pelas veias se em seu íntimo é a frieza que lhe petrifica o coração? Se o peito rasga e sufoca-o, então escreverá e vós não poderás zombar nem ironizar essa voz interior.