T de término
Olhastes para trás... o caminho ainda era visível. Voltar era impossível. O fim de tudo estava nas lágrimas... A certeza do desamor, do engano e da traição. Palavras eram vãs. Sílabas inúteis e, o fonema que pronunciavas... era falso. Alarido sem semântica. A traição corria com os ventos, no torvelinho que com sua espiral alimentava o redemoinho.
Meu silêncio era ígneo. Queimava-me por dentro. Colocava minha alma em combustão.
Como não consegui evitar o fato, veio a culpa. Que pinga feito a chuva miúda. Redinha. Eu já havia perdoado. Afinal, como poderia ser fiel se só conheceu os azedumes dos joguetes afetivos... Como poderia ser fiel a alguém? Se nunca, antes, ninguém havia sido fiel à você. O homem é fruto do meio. E, o marisco é quem mais sofre, na batalha entre a onda e a pedra no litoral. Como poderia ser livre para amar? Se para amar, precisava de um óbolo ou recompensa.
Sai em silêncio, desejei-te sorte. Venturas mais agradáveis. Peguei o elevador, apertei o T de térreo. Mas, meu coração sussurrava: - Término. Suspirei aliviada. A dor estava percorrendo os corredores em busca de oxigênio.
E, os olhos marejados miravam o céu da tarde. E, descansava em tons sangrentos e rosas, a chancelar a cena.