Medo & Maturidade

Há bem pouco tempo, ao refletir sobre medo, preferia não gastar tempo, até pra não reconhecer que este , nos paralisa por vezes.

Meu pai ensinava-me continuamente com seus discursos poéticos, que somente com a maturidade se é capaz de parar para contemplar o belo, permitir-se ouvir a voz de sua própria consciência. Isso, confesso que por muito tempo ficou sem eu entender. Ah, meu pai! quão sábio o senhor era! Eu chegava a comentar que ele falava por parábolas. Quando queria nos ensinar, usava metáforas, exemplos de terceiros que rodeavam até alcançar sua pontaria, E certeira.

Hoje, me pego ouvindo a voz de minha consciência e que a essa altura tem mais medo que outrora. Nunca fui muito afoita a aventurar, mas fui egoísta e mantinha palavras afiadas para dar resposta a tudo. E se me chegassem atravessadas, então, oh como fui ríspida e desnecessária.

Arrependo, me mas já me perdoei pois agora busco avaliar antes de falar, refrear antes do agir. Nisso me vem o medo. Medo de não ter o tempo suficiente para lapidar-me, medo de não ter oportunidade de abraçar, de doar-me mais e melhor.

Sou aquilo que ninguém vê e já não me culpo por qualquer que seja o que tenha feito. Ficou lá atrás e se pudesse voltar, não mudaria, pois a oportunidade de vivenciar me fez rever se valeu a pena.

Culpa da maturidade? Talvez! Quem sabe não culpa mas oportuna maturidade.

Sou um ser melhor hoje, buscando dia a dia viver, viver e viver. O supremo criador me forjou e deu a mim um tempo, sou grata por experimentar o amor do AMADO. È transcendente. Depois que nos deixamos amar assim, NADA mais importa.

Só Deus me basta!

Aurelice
Enviado por Aurelice em 12/12/2021
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