O Dedo de Deus I

11.12.2021

295-R

Uma estrela cadente riscou o céu a sua frente. Era uma madrugada quieta e escura. O encontro foi inesperado. Um sinal? Talvez Deus estivesse sem sono como ele e escrevendo algumas letras junto às estrelas, que atentas acompanhavam o seu riscado preciso e belo, mas fugaz.

O que estaria querendo dizer? A sua mensagem seria para ele? Era Deus quem escrevia no firmamento? Não sabia. Quem saberia?

Talvez ele não as admirasse tanto quanto agora, porque antes, para ele, a vida ainda era um grande mistério a ser descoberto e por isso tivesse outras preocupações e interesses. Mas o passar dos anos nos faz crescer e desenvolver. Percebemos que muitas das belezas para as quais éramos cegos são maravilhosas e imperdíveis em sua efêmera aparição e existência. As admiramos com mais calma e prazer, pois temos a sabedoria para tanto.

Olhava ainda o céu torcendo para que o dedo de Deus continuasse a sua escrita. Pensava na sua existência, com alguns capítulos ainda a escrever, desejando que fosse fulgurante, como a que presenciou.

Viver é belo, é divino. Quem sabe fora essa a mensagem que lhe passou aquele pequeno risco brilhante. Quem poderia saber?

A vida passa por nós e em um piscar de olhos nos tornamos eternos. Pena!

Sim, a vida é brilhante.

Fernando Ceravolo
Enviado por Fernando Ceravolo em 11/12/2021
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