ANUMARÁ

Francisco de Paula Melo Aguiar

Avançou ao espelho d'água em dezembro, sim, ainda me lembro, embora que em meu espírito fosse o três de abril.

Visto assim o anumará, se afogando, ferido no rio Três Sul, foi socorrido, retirado.

Suas penas pretas brilharam à luz do sol da várzea do Paraíba, por trás da capela do Desterro, como o sol do meio-dia.

Quando de seu bico escorreu, pouco a pouco a água escura.

No mesmo instante, por dentro de mim faltava a voz para gritar e pedir socorro, como se meu coração fosse partir.

Infelizmente, assisti seu último voo, à sua morte, a deriva, em vigília aguardando.

E assim, o Deus de Israel, Isaac, Abraão e Jacó, levou sua alma.

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Enviado por FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR em 18/10/2021
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