NAQUELA MANHÃ DE SOL, ELE LHE APARECEU...

Naquela manhã de sol ele lhe apareceu...

Em meio a suas amigas, enquanto aguardava servir o almoço, seus olhos notaram a figura daquele jovem que adentrava timidamente em direção a cozinha do pensionato.

Enquanto conversava, seus olhos não despregavam da porta, a espera do retorno dele, que iria passar defronte onde ela estava sentada.

Os seus olhos se cruzaram e ele lhe cumprimentou de maneira tímida, lhe retribuindo um esboço de sorriso.

Quem seria àquele jovem? Será que viria ele novamente? Daquele instante em diante a imagem dele tomou conta dos seus pensamentos. Dentro dela, um sentimento diferente parecia querer despertar.

E assim, nascia uma grande amizade entre os dois.

Enquanto por ali estiveram, naquelas terras estranhas das suas raízes, puderam desfrutar da companhia, do conforto, do zelo, do calor da amizade do outro.

Ela sempre arredia, se protegendo. Gostava por demais da companhia dele; sentia sua falta quando ele se afastava, porém, se ele se aproximava muito, ela logo batia em retirada. Para se proteger, às vezes se fazia um pouco fria, no fundo tinha medo daquele sentimento, não podia se envolver, já era comprometida no tangente às coisas do coração.

Não sabia explicar, mas ela se sentia bem na companhia dele. Sentia protegida, cuidada, zelada. A companhia dele lhe dava segurança, era o seu porto seguro ali.

O Universo conspirou para que ela viesse a ficar ainda mais próxima dele e assim, desfrutar da grandeza de um sentimento nobre, despojado, grandioso. O sentia como o seu anjo da guarda.

Mas a vida é como ela é, nada fica como está e nem tudo é para sempre. Melhor mesmo é se viver o hoje com intensidade, porque o amanhã não existe e o passado não volta mais.

E foi bem isso que aconteceu, foi chegado um momento que os dois tiveram que seguir os seus caminhos distintos. Parece até que, estiveram ali por uma razão, não a razão propriamente dita para que ali foram e sim, da razão maior, trazida pelo Universo - a de se encontrarem.

Ao se despedirem, ela o fez como um até breve ou como um tchau, não teve naquele momento o discernimento de que estava deixando para traz alguém que havia plantado em seu coração sentimentos lindos e que, tão cedo iriam se encontrar. A ficha só foi cair ao abrir a carta que ele a entregou quando ela entrou naquele ônibus.

Ao terminar de ler a carta, um nó se formou na sua garganta. Naquele instante se deu conta de que ele era mais que um simples amigo.

Mas não era mulher de se deixar emocionar facilmente e logo se recompôs; espantou àqueles sentimentos de dor e desviou os pensamentos, tinha alguém te esperando na sua terra.

E assim, procurou pautar sua vida sem deixar que a saudade lhe fizesse morada, toda vez que pensamentos voltavam ao passado ela logo reagia, imagina-se que ele era coisa do passado e lá deveria ficar.

Mas, a vida nem sempre são como a gente quer ou pensa e sim, como ela realmente é.

Ele nunca saiu dos seus pensamentos, do seu coração.

Sempre encontra motivos para ele estar presente nas suas lembranças, nas suas doces e saudosas lembranças. Num pôr do sol; num arco íris ou mesmo nas entrelinhas das páginas do livro Longe, um Lugar que não Existe, ele se faz presente.

Onde quer que estejas, com quem estejas, ele sempre vai estar presente. Ela o leva de um jeito especial no coração e o traz tatuado em sua alma.

Ela nunca imaginou que fosse viver de uma saudade...de uma eterna saudade.

Menino Sonhador
Enviado por Menino Sonhador em 14/10/2021
Reeditado em 07/11/2021
Código do texto: T7363752
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