PRE-CONCEITOS. EXISTEM!
Maria de Fatima Delfina de Moraes
Entrei num restaurante de comida típica uns anos atrás, acompanhada do meu amor.
Louríssima, olhos verdes, observei que as pessoas me olhavam. Não pela beleza. Eram olhares de crítica, de desaprovação estampados naqueles rostos.
Quando passei por uma das mesas para me servir no buffet, ouvi do garçon:
Uma mulher tão elegante e bonita e mal acompanhada.
E esse comentário e tantos olhares, somente porque ele é negro.
Na mesma hora chamei o gerente e disse:
Por favor, me designe outro garçon que não seja racista, porque exijo ser tratada com respeito.
Na rua onde moro, percebi também que alguns vizinhos deixaram de falar.
Eu vi e senti na pele o quanto as pessoas ainda são extremamente preconceituosas.
E foi assim em nosso dia a dia.
Entrei numa loja de marca e a atendente se desfazia em préstimos para um cliente empresário do shopping.
Ficamos uns dez minutos olhando camisas. Ninguém se aproximou.
Então cheguei perto de uma das jovens e disse a ela que meu namorado queria ver umas camisas.
Ela me olhou com ar incrédulo. A outra prontificou-se e veio atender.
A outra mocinha sequer saiu do lugar, mesmo observando que a colega ainda atendia um freguês, branco digo de passagem.
Ele fez uma compra de trinta reais.
Eu e meu namorado quando chegamos ao caixa pagamos quase quatrocentos reais.
Aí ela quis se fazer de gentil. Até a próxima.
- Respondi:
- Até nunca mais.
Quando saímos vi a satisfação da moça que nos atendeu. E a outra, com cara de arrependimento.
No trabalho o meu namorado anda muito bem arrumado. Calça e camisa sociais em linho. Sapato social em couro legítimo (meu presente de aniversário).
Entre brincadeiras do dia a dia com colegas, o chefe comentou:
- Nossa você está sempre impecável e o sapato é muito caro para vir trabalhar.
Ele apenas respondeu: Amigo eu já saio perdendo no atendimento por ser negro; se eu ainda me apresentar de jeans e camisa de manga, vou vender o que?
As vezes, infelizmente, o hábito, ainda faz o monge.
E até o fato de estar bem arrumado causa inveja.
Louríssima, olhos verdes, observei que as pessoas me olhavam. Não pela beleza. Eram olhares de crítica, de desaprovação estampados naqueles rostos.
Quando passei por uma das mesas para me servir no buffet, ouvi do garçon:
Uma mulher tão elegante e bonita e mal acompanhada.
E esse comentário e tantos olhares, somente porque ele é negro.
Na mesma hora chamei o gerente e disse:
Por favor, me designe outro garçon que não seja racista, porque exijo ser tratada com respeito.
Na rua onde moro, percebi também que alguns vizinhos deixaram de falar.
Eu vi e senti na pele o quanto as pessoas ainda são extremamente preconceituosas.
E foi assim em nosso dia a dia.
Entrei numa loja de marca e a atendente se desfazia em préstimos para um cliente empresário do shopping.
Ficamos uns dez minutos olhando camisas. Ninguém se aproximou.
Então cheguei perto de uma das jovens e disse a ela que meu namorado queria ver umas camisas.
Ela me olhou com ar incrédulo. A outra prontificou-se e veio atender.
A outra mocinha sequer saiu do lugar, mesmo observando que a colega ainda atendia um freguês, branco digo de passagem.
Ele fez uma compra de trinta reais.
Eu e meu namorado quando chegamos ao caixa pagamos quase quatrocentos reais.
Aí ela quis se fazer de gentil. Até a próxima.
- Respondi:
- Até nunca mais.
Quando saímos vi a satisfação da moça que nos atendeu. E a outra, com cara de arrependimento.
No trabalho o meu namorado anda muito bem arrumado. Calça e camisa sociais em linho. Sapato social em couro legítimo (meu presente de aniversário).
Entre brincadeiras do dia a dia com colegas, o chefe comentou:
- Nossa você está sempre impecável e o sapato é muito caro para vir trabalhar.
Ele apenas respondeu: Amigo eu já saio perdendo no atendimento por ser negro; se eu ainda me apresentar de jeans e camisa de manga, vou vender o que?
As vezes, infelizmente, o hábito, ainda faz o monge.
E até o fato de estar bem arrumado causa inveja.
Um comprador apresentava-se de chinelos, bermuda e camisetas, motivo pelo qual nenhum vendedor se aproximou.
O meu namorado vendeu um carro importado naquela semana porque atendeu o turista, pois o (maltrapilho) aos olhos dos demais vendedores, ainda deu boa gorjeta em dinheiro dizendo:
- Esse é um prêmio por sua educação e pelo fato de não me julgar por estar em trajes simples.
Eu gosto quando o feitiço volta-se contra o feiticeiro.
Em outro momento, fui trabalhar muito alinhada de vestido floral midi e usei um chapéu de palha elegante para compor o traje porque tinha entrevista com o Diretor de Recursos Humanos, da qual fiz segredo no setor de trabalho.
No dia seguinte, a chefe da minha secretaria me chama ao gabinete e pergunta:
Quem você pensa que é para usar chapéu? Nem cargo de chefia você tem. E ainda com cara de desdém para o meu lado.
Respondi:
- Sou a pessoa que vai comandar a partir de amanhã, um projeto para toda a universidade.
Quase a mandei fechar a boca para não entrar mosca. Em outra ocasião, estava eu de bermudas, chinelos e camisetas e ainda empurrava um carrinho de compras, no shopping.
Ao me aproximar da vitrine de uma loja de sapatos, a vendedora me olhou de cima aa baixo, com desdém.
A gerente que não percebera a funcionária, aproximou-se e disse:- Pois não. Deseja ver uma sandália?
- Grata, estou só olhando.
Ao lado outra sapataria mais chique e renomada. Ao me aproximar a gerente logo me convidou a entrar e já foi levando meu carrinho de compras para dentro da loja e estacionou-o num canto.
Só queria uma sandália.
Levei quatro e ainda mandei colocar em sacolas separadas, alegando ser presente para as sobrinhas.
Ao sair, passei na porta da loja ao lado com o carrinho enfeitado de sacolas do concorrente.
Chamei a gerente e disse:- Avise a sua funcionária que pela cara feia dela ao me ver em traje simples, deixou de vender 04 pares de sandálias.
Tenha um bom dia.
A palavra em si pre-conceito, significa conceituar antes, sem conhecimento do objeto ou pessoa.
Os preconceitos são vários porque o povo esqueceu valores morais e éticos e o respeito ao ser humano.
O mundo não sabe, mas a loura aqui tem descendência de africanos e índios da famiia de minha mãe que era mineira. Os olhos cor de mar, herdei da linhagem alemã e nórdica da família de meu pai que era alagoano.
Coisas da vida ou da ignorância humana?