Número 1 - Curitiba

Lá estava eu, com minha Brasília na estrada.

Havia tirado da garagem para levar meu cunhado a uma fisioterapia, como sempre fazia, naquela manhã de sexta-feira.

Vez em quando, a levava a passeio, afinal, já estava aposentada, igual eu, o que seria a missão contumaz do meu gol 2004.

Anunciava, para valorizar o momento, que a vantagem de estar nela, seria a ampla visão, das paisagens passando por nossas retinas.

Em uma delas, afirmei que nada passaria, e, naquele humor exagerado, soltei que poderíamos até enxergar uma moça, fazendo xixi em plena praça pública.

Quem nunca cometeu uma barbaridade dessas, que atire a primeira letra de censura!

Quando de retorno, passando pela Rua Avenida Cândido de Abreu onde iríamos virar à direita, esquina à Rua Inácio Lustosa, bem justo aí o sinal avermelhou, onde por educação de trânsito parei.

Qual um lince, sem pestanejo na identificação, o cutuquei e já fui gargalhando:

- Eu não disse, eu não disse, eu não disse, caboclo velho?

Na outra esquina à nossa frente, o que não nos interessa o motivo do fato, é que uma moça, denotando perspicácia, como se ninguém estivesse percebendo, se arriando por completo, foi efetuando a sua necessidade primária, a que costumeiramente chamamos de número 1.

Os dois, perplexos, mas com a certeza de que sem a visibilidade da Brasília, não teríamos a comprovação do que havia anunciado uma hora antes.

Uma em um milhão ou nunca mais?!...

Sempre comento com os amigos em rodas de conversas,

mas a resposta sempre é a mesma:

Isso é da conta de quem conta um conto.

E não acabei.

Na outra esquina oposta das nossas mencionadas no texto, localiza-se a Praça 19 de Dezembro – Homem Nu – Praça do Peladão e da sua companheira.

Agora, sim, fim.

José Corrêa Martins Filho
Enviado por José Corrêa Martins Filho em 19/09/2021
Reeditado em 12/08/2023
Código do texto: T7345751
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