Obrigado São Judas

Em homenagem aos vinte anos da morte do meu Pai, ocorrida em

31.07.2001.

31.07.2021

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Faz hoje vinte anos que ele se foi, o meu Pai. Fizemos juntos a sua jornada final. Disse-me, candidamente com o seu último olhar, adeus meu filho! Não pensei que seria a nossa despedida. Estávamos no hospital, ele a caminho de fazer exames naquele momento.

Os médicos tentaram mantê-lo vivo, mas nem sempre vencem as duras batalhas que travam com a morte. Um antigo e grosso aneurisma na sua aorta se rompeu, e ela venceu, infelizmente. Levou-o impiedosamente. Ficou a inesquecível imagem do seu olhar carinhoso de despedida. Saudades.

Minha Mãe caminha para logo encontrá-lo. Sua existência se esvai lentamente como uma vela se extinguindo vagarosamente: a sua chama trêmula, enfraquecida e amarelada não tem mais força para fulgurar. Logo apagará. Minha irmã e eu, aguardamos o desfecho de mais essa separação inevitável e irreversível. É a lei da vida e da morte.

Ao mesmo tempo, uma vida brotou com a sua beleza divina e pura: nasceu a minha neta, delicada e pequenina, iniciando a sua batalha por ser feliz. Ao pegá-la no colo, um bichinho indefeso e frágil, senti o momento maravilhoso, mágico e inexplicável que é o início de uma vida. Viver é uma grande dádiva que merece ser comemorada a cada dia.

Quando menino, minha mãe me levava à missa na igreja aos domingos, e emocionava-me com o canto do coral com a sua melodia cavernosa, ecoando friamente pelas paredes, contendo o meu choro infantil. Era temente a Deus. Depois, com os anos, fui perdendo esse medo. Hoje não o temo mais, mas o questiono. Temo sim, a morte.

Nesta simbólica e triste data, vou a uma igreja, a de São Judas Tadeu - mesmo não acreditando na lógica dos dogmas cristãos, mas sou humano e supersticioso - reverenciar e homenagear o meu Pai.

É curiosa essa relação com esse santo das “causas impossíveis”, muito adequado ao meu espirito rebelde. Começou em uma sessão espírita, que a família da minha namorada na época frequentava, e ao receber um “passe” da mãe de santo, disse-me ter sentido que tinha um anjo da guarda muito forte: São Judas!

Depois desse fato curioso, comecei a encontrar “santinhos” dele em situações aleatórias e inexplicáveis, mexendo com a minha superstição e crendice, como um sinal de que deveria ter mais interação com ele. Comecei a ir com frequência a sua “casa”, para conversarmos. Minha credulidade foi questionada.

Mantinha-os comigo, os “santinhos”, e os dava para dar sorte a quem eu gostava, ou precisava de ajuda. Dias atrás, um grande amigo, que há anos ficou paralitico em acidente de carro e lhe dei um deles, presenteou com esse “santinho” a minha neta recém-nascida, para ser comtemplada com a proteção do santo. Linda a sua atitude, emocionando-me.

Não tenho mais achado esses “santinhos”, como antes. Mexendo em minhas lembranças, antes de ir à igreja, encontrei um deles e o coloquei na minha carteira.

Obrigado São Judas.

Saudades, meu Pai querido.

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Fernando Ceravolo
Enviado por Fernando Ceravolo em 31/07/2021
Reeditado em 31/07/2021
Código do texto: T7311405
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