REFLEXÕES
Laura, enquanto observava nuvens invadindo o céu, ao longe, vozes trêmulas transpassaram-na tristeza e dor. Seu eu, coberto por um forte nevoeiro, buscava iluminar-se por raios luminosos.
Em meio a muitas ideias, sensações fortes e imaginação, despertaram-na sentimentos que acreditava perdidos. Sentia seu coração clamar por sol.
Por longos meses, acreditou ter perdido também a autoconfiança. Eram inúmeros os medos. Ora via-se desmotivada para a vida, ora cultuando pessimismos e nostalgias; transformara-se numa fortaleza, fria e amargurada.
Ao tomar o ônibus para retornar a casa, no fim do dia, sentou-se ao seu lado um garotinho que, mesmo antes de acomodar-se, perguntou:
– Por que a senhora está triste? É por que a maioria das pessoas se maltrata, quando poderia se amar?
– Não!
– Ah! Já sei! É por que as pessoas não têm um bom trabalho? É esse o seu problema?
– Não! Com licença, preciso descer!
– Não esqueça que sorriso atrai coisas boas. Eu, quando crescer, quero voar por muitos horizontes. Minha vó diz que na vida há bons e maus momentos. Eu vou ser poeta!
– Com licença!
– Qual o seu nome? O meu é Ariel! Tchau!
– Laura! Boa noite!