COTIDIANO
COTIDIANO.
Vi um homem falar do outro, de sua vida mesquinha e do seu viver como mendigo.
Vi uma mulher e toda sua família roubar a outra que se encontrava em seu leito acometida por uma grave doença, e nada poder fazer.
Vi crianças de pés no chão por gostar de pisar a terra...vi outras comer a terra por não ter se quer um par de chinelos para calçar os pés.
Vi o trabalhador nas roças e no arado.
Vi a transformação de nossa espécie e sua degradação.
Vi a indiferença dos povos e suas crenças ou crendices.
Vi aqueles que se julgavam grandes despencar do alto de sua glória.
Li sobre guerras antológicas que só trouxeram destruição.
Vi aquele sem instrução ensinar sobre a vida...vi o culto que não sabia viver.
Vi o feto nascer vivo e não ter tido condições de viver até envelhecer e morrer ainda jovem.
No passado vi em cada lote o verde das folhas e folhagens.
Hoje neles tudo o que se vê são apenas paredes que para mim deveria se chamar saudade.
Igor Rodrigues Santos