CHAMAS DO CORAÇÃO 13 IND 16 ANOS
Aline e Gustavo tem seu namoro de certo aceito, Marcelo dá total sinal favorável ao casal, Magali não se opõe de forma clara porém não tenta e nem tampouco se faz presente ou próxima da mulher.
- Mãe até quando vai tratar Aline com indiferença?
- Olhe, se for conversar comigo sobre vida, profissão, sonhos, realizações, estou aqui mais, aceite, eu já estou á beira de vocês, não me peça mais que isso.
- Entendo, mãe, muito obrigado, eu te amo e saiba você é a principal para mim, mãe.
- Será querido, não tenho tanta certeza disso.
- Oras mãe, onde esta a minha mãe forte e objetiva?
- Talvez debaixo dos destroços da fôrma suja do acaso.
Magali recebe um abraço do filho, lágrimas rolam, Marcelo entra ali e ao assistir aquilo segue para o escritório da casa.
Carla termina de preparar a última cesta com chocolates e flores para o dia das mães que recebera de encomenda.
- Nossa, parece que foi ontem que saímos daquele barraco.
- Pois é mãe, quem diria, um acidente que poderia ter ocorrido a qualquer um mais foi com sua filha, Aline é sortuda, isso sim.
- E o bar filha?
- Graças, melhorou um tanto o movimento, mais a senhora sabe, sigo tudo de acordo, afinal não quero ter minha cara na tv e nos jornais marrons da internet.
- A fiscalização esta ferrenha hein filha.
- Sim mãe, quase todos os dias eles vão nos fazer uma visita, entram por todo o ambiente, agora estão conferindo o movimento, fora as blitz devido a telefonemas anônimos sobre festas e reuniões clandestinas, só na semana passada fecharam uns 5 bares e 3 boates ali na região com grande concentração de pessoas, pior é que eles ficam como que escondidos em lugares fechados sem janelas, portas trancadas.
- Meu Deus.
- Acha que já não ofereceram, sim, e muito mãe, para que eu aceite jovens, grupos com mais de 20 pessoas para festas particulares.
- Céus.
- Pois é, ás vezes não, na verdade quase que sempre, me sinto em plena na praça de guerra, olhe se não fosse tão forte e não tivesse minhas reservas, com certeza eu já teria aceito e caído na tentação de promover tais eventos.
- Por favor querida, não faça isso.
- Não mãe, mais olhe tem vários colegas por ai, donos de lugares grandes com muitos funcionários, eles estão sendo obrigados a furar as restrições, se você falar com eles verá, eles estão loucos devido a situação.
- Faço idéia querida.
- Mãe, você sabia, tem muitos por ai a passar necessidades, falo por que alguns me confidenciam.
- Senhor do céu.
- É mãe, essa PANDEMIA, dividiu o mundo, agora sim, você se mantém com o que tem nos bolsos.
- Jesus.
- Mãe, eu só não fui á lona por que ainda faço isso, guardo meu dinheiro, tenho aquelas rendas e sabe, uso meu cérebro.
- Você sempre foi muito inteligente querida.
Jocyane termina de lavar o rosto e sai do quarto da pensão aos fundos na rua detrás da boate.
- A chave dona Ana.
- Obrigado querida.
- Olhe, se quiser, assim que eu chegar da rua eu limpo o quarto.
- Você vai me fazer isso?
- Lógico dona Ana.
- Obrigada.
- Nada.
Jo sai dali, arruma os cabelos ainda ali na entrada e segue para uma lanchonete há duas quadras, ali bebe café com leite e come pão na chapa.
Jo olha para o lado, ali a sentar em uma banqueta, Daniel.
- O que faz aqui?
- Oras, lugar público, sabe, eu ouvi por ai que você retornou a ser uma garota de uso comum, é isso mesmo, amor?
- Vai embora, me deixa em paz.
Daniel se aproxima dela e mostra meio que ás escondidas uma pistola.
- Vem comigo.
- Não.
- Quer mesmo isso, eu sou capaz de qualquer coisa.
- Cansei de você, de tudo.
O balconista percebe o clima tenso e vai para a cozinha ligando para a policia, Daniel olha para o balcão e dá falta do homem, rapidamente puxa Jo para si com a arma presa ao corpo da mulher.
- Me solta Daniel.
- Não, você é minha.
- Me larga. Minutos depois o lugar é rodeado por viaturas, Jo ali presa ao homem.
Carla entrega a cesta num escritório e quando vai para outro local seu celular toca, ela atende e pede ao taxista que siga para o bar.
- Sim senhora.
Jocyane ali presa junto de Daniel que segura a pistola colada a cabeça da mulher, dezenas de policiais, viaturas, repórteres.
- Me solta Daniel, me deixe ir.
- Até parece, já chegamos até aqui, agora vamos ver no que vai dar todo esse inferno.
- Daniel me solta. Grita Jo, logo um disparo é ouvido por todos.
O balconista corre para fora da lanchonete logo caindo na calçada.
Carla desce do táxi indo em direção a lanchonete a passos rápidos, porém logo é bloqueada por uma policial.
- Por favor ela é minha amiga.
- Entenda, a situação esta mais que critica, por favor se afaste.
Carla vê ali ao longe o rapaz que estava caído na calçada sendo levado por profissionais da saúde.
- Pai do céu, este louco fez isso, minha amiga, como ela deve estar agora nas mãos daquele crápula.
- A senhora conhece o suspeito?
- Sim.
- Por favor me acompanhe.
Carla segue a policial até o superior dali.
- Capitão.
- Diga.
- Esta senhora tem algo a dizer.
- Senhora, qual?
Carla olha para o oficial e se vira indo em outra direção.
- Perdão, diga o que sabe, por favor.
Carla olha novamente para ele e vai para perto do oficial. Minutos depois o telefone de uma loja toca, a proprietária atende e pede a um de seus filhos que fique no cuido do lugar enquanto ela sai apressadamente até parar frente ao portão da casa de Laodicéia.
- O quê?
- Olhe dona Lao, acho melhor a senhora ir até lá.
- Bem, eu é que não deveria mais correr atrás daquele traste, mais é meu sobrinho, único que tenho, é como um filho para mim, entende, eu vou.
Lao segue de táxi junto de uma mulher de seu terreiro espiritual.
130521…
LAO DESCE DO VEICULO ENTREGA A BOLSA PARA SUA ACOMPANHANTE QUE PAGA O MOTORISTA, ENQUANTO ELA VAI ATÉ OS POLICIAIS.
- Meu filho, por favor ele é meu filho.
- Senhora.
- Ele é meu filho, não faça nada de ruim a ele.
- Senhora, por favor.
Carla vem a Lao, ela abraça a mulher que vai para a frente policial a 50 metros ali esta Daniel com Jo.
- Filho.
- Tia.
- Filho.
- Por que veio, eu não te chamei.
- Não seja estúpido, solte essa garota, vocês já não se amam mais.
- Você não sabe de nada, se ela não é minha não é de mais ninguém.
- Pare de ser trouxa. Grita Lao para Daniel.
A policial vem a ela.
- Senhora, pare de ofende-lo, será pior.
- Eu o criei, dei teto, educação, vesti, calcei, sei mais dele do que qualquer um aqui.
- Realmente não foi boa idéia te-la trazido.
- E você o que sabe, já teve uma irmã com problemas mentais, sempre causando crises dentro de um barraco miserável?
- Senhora.
Carla olha para Lao junto da policial.
- Não minha filha, eu bati admito, dei alguns tapas, sofri, sacrifiquei, não, fiz o certo, parei o que tinha para cuida-lo quando me vi ali, só eu e ele.
- Senhora, por favor.
- Olhe, ele vai me ouvir e pronto.
Um megafone é dado a mulher ali que traz Carla para perto e olha em direção ao sobrinho.
- Daniel, filho, sei que fui um tanto rude contigo, querido, só fiz o que pude fazer devido a você ter me dado permissão, não sou rica, não tenho aquelas coisas que você sempre me pediu.
- Mãe.
- Filho, por favor já estou velha, não vou ficar para sempre, mais pelo amor de tudo que há de mais precioso, deixe essa moça seguir a vida dela.
- Mãe.
- Por favor, me dê este presente, que eu possa seguir os restos de meus dias de cabeça erguida sabendo que meu filho, meu rapaz sabe dar e receber o perdão.
- Mãe.
- Por favor querido.
Daniel olha para Jo que com lágrimas nos olhos.
- Algum dia você me amou?
- Sim.
- Eu também. Ele solta os braços deixando suave para ela sair dele, correndo em direção aos policiais, ele segura a arma e levanta, nisso recebe 3 tiros, Lao grita um grito agonizante, Jo se vira e vê no chão o homem que a mantivera de refém, ela tenta retornar mais é pega por um policial que a traz para o grupo, o lugar é todo tomado pela policia, Carla vai até a amiga abraçando-a.
- Acabou amiga, você esta bem?
- Ele me amava Carla.
- Pode até ser, mais um amor marginal, criminoso, que escraviza, era isso o que queria para o resto de sua vida?
- Eu…………..
- Vem comigo. Uma policial leva Jo para uma viatura e logo o pessoal do resgate chega, faz alguns exames visuais em Jo enquanto o corpo de Daniel é coberto com um saco preto, após exame médico rápido ali, Lao ao ver aquilo se solta de Carla e vai até o sobrinho.
- Querido, não, não, filho, filho. Ali aos gritos e choro Lao tenta levantar o corpo do sobrinho, um policial a segura, Carla vai a ela.
- Por favor senhora.
- Não, não, meu filho não.
Dias depois, Aline experimenta o vestido de noiva, Gustavo lhe dera um anel de noivado e já deixaram o casamento marcado para dali 3 meses.
- Tão rápido mana?
- Falei para ele, mais sabe tenho de concordar, para que ficarmos de molho né.
- Tem certeza que é só isso?
- O que foi hein, mente suja?
- Olha, se fosse eu, nem me casaria, já ia é para o quarto o mais rápido.
- Carla.
- O que foi, um gato daquele, a gente trata é bem.
140521…..
Carla aperta a campainha, o garoto vai até o portão.
- Oi.
- Entre.
Ela entra no quintal de Lao, ali olha as plantas ladearem o caminho.
- Oi Lao.
- Olá querida.
- E então, como está?
- Indo.
- Vai, vim te ver, quem sabe podemos sair um pouco e……….
- Não querida, ainda quero e tenho de guardar o luto.
- Lao você não teve culpa de nada.
- Eu sei, mais saiba, é meu sobrinho, era, sei lá, esta morto.
Laodicéia se joga no chão aos prantos, Carla é rápida e consegue segurar a mulher ali antes que esta foste direto ao chão.
- O que vou querer da vida, o que preciso para que Deus permita eu ir para lá, eu quero estar com ele, Carla.
- Chore querida, chore o quanto puder. Carla ali acolhe Lao ao peito e a mulher desaba num pranto sofrido.
Aline passeia pelo shopping junto de Gustavo, ambos escolhem o enxoval do casamento para a nova vida deles, Magali não quisera participar e nem demonstrara qualquer interesse naquilo, somente facilitou um pouco as coisas para eles, deixando que a cerimônia seja realizada no clube do condomínio, Marcelo é o mais alegre com tudo ali.
- Poderia ao menos mostrar certa alegria para com a moça.
- Por que, além de tudo tenho de ser falsa, é isso?
- Magali onde ficamos tão diferentes assim?
- Nós, nunca, você somente traz sua atenção e alegria para isso por que ao fundo sabe, se ficar do meu lado e contra o casal lantejoulas, corre o risco de Gustavo não mais auxilia-lo nas empresas.
- Pensa realmente isso de mim, sério isso?
- Me deixe em paz, Marcelo sou sua esposa, o amo demais, só não vou compactuar com algo que não quero e não aceito e pronto, acabou, por favor.
Aline com ajuda de Gustavo e Judite guarda as compras do enxoval no quarto dela, o casal fica aos beijos ali quando Nilo vem a eles.
- Temos visita.
- Visita?
Camila para ali na frente da porta sob o olhar deles.
- Camila.
- Oi Gustavo, olá para todos, posso falar com você, Aline?
- Comigo?
- Sim, por favor. Gustavo olha para Aline que aceita, eles saem do quarto deixando Camila ali com Aline.
- Fez suas compras para sua nova vida?
- Sim, estamos agora nisso, afinal não tenho nada para um enxoval, na verdade até tenho, tudo isso, mais o Gustavo faz questão que tenhamos tudo novo e do bom.
- Ele esta certo, com toda certeza que sim, mais sabe, eu preciso muito falar com você.
- Sei, mais por mim, tudo bem, e………
- Olhe, sei que tens todo motivo para me ver pelas costas, afinal o que fiz para vocês, principalmente para ti, foi péssimo, e acredite, não me orgulho de nada disso, mais como todos nesta terra, tive minhas razões, só quero que saiba, não sou e nunca fui contra o amor de vocês assim, por mim, entende?
- Obrigado.
- Mais……..
- Eu também a conheço, a Magali não brinca em serviço não, mais sabe, até que foi bom pois tirou de minha frente a névoa que encobria o homem maravilhoso e charmoso que eu sempre soube que estava ali, eu amo o Gustavo e vou fazer de tudo para que sejamos felizes, acredite nisso.
- Eu sei, acredite, eu torço para isso e sei que serão o casal mais amado deste mundo, só quero por favor, Aline me perdoe, só isso que eu preciso, por favor.
- Esqueça de tudo, como diz meu garoto, de boa, tudo bem, não ocorreu nada, tá bom assim?
- Sabe, você é a melhor pessoa para o Gustavo.
- Eu sei muito bem disso, acredite também.
- Bem, acho melhor eu ir.
- Tá certo, obrigado por vir, tá.
- Tchau e fiquem com Deus. Camila sai do quarto, Aline vem atrás dela, ali na sala na frente dos outros.
- Camila.
- Sim.
- Quero te ver bem linda em meu casamento, tudo bem?
- Eu, não sei se poderia ir, e……….
- Não aceito não, senão retiro tudo o que eu te disse lá dentro, tudo bem?
- Sim, eu estarei lá, obrigada.
160521...