BETO E SUA RADIOLA QUE NAO PAROU DE TOCAR.

A SAGA DE UM JOVEM PLEBEU II

EPISÓDIO 30

Para melhor entender a história desse contos, seria de bom alvitre, que o leitor fizesse uma leitura do CONTO " O BETO E A RADIOLA", episódio 29.

Sabe aquelas coincidências inacreditáveis da vida? Alguns chamam de sorte, outros de destino, mas o fato é que quase todo mundo tem alguma história impressionante para contar, desde as mais corriqueiras do dia a dia até os acontecimentos mais impressionantes.

Foi o que aconteceu nessa história:

Estamos na década de 70, mais precisamente no ano de 1979, eu tinha uns 24 anos, morava com meus pais, no bairro Cidade 2000, Fortaleza, época em que eu participava do Grupo de Jovem da Igreja Católica.

Por ser um dos coordenadores do grupo, sempre eu ia participar de encontros com outros grupos ligados a Arquidiocese de Fortaleza, onde acontecia reuniões e debates.

Certa vez, um dia de sábado, participei de uma reunião no Seminário da Prainha , onde também participavam vários jovens de outros grupos.

No intervalo para o lanche, eu estava conversando com dois amigos, quando inesperadamente se aproxima uma jovem e pergunta se eu morava na Cidade 2000, tendo respondido positivamente, porém ela indagou, foi você que acabou a Tertúlia e carregou a radiola e em seguida deu um sorisso.

Confesso que fiquei surpreso com aquela pergunta e indaguei daquela jovem, como você soube dessa história, tendo ela respondido: "eu sou a moça, que você chamou pra dançar e como eu não fui, você acabou a festa", continuou ela , meu nome é Elizabeth.

Devido já ter passado uns três anos do acontecido e como estava escuro o local de dança, não reconheci aquela jovem.

Após o lanche retornamos para o auditório e no intervalo para o almoço, a referida jovem, veio ao meu encontro e convidou pra gente ir almoçar em um restaurante ali próximo.

Lembro que ela levou um amigo, cujo o nome não recordo e após a refeição, retornamos ao Seminário, onde iria dar o reinício das Palestras.

O encontro terminou à noite com a celebração de uma missa e foi após a missa que Elizabeth, veio se despedir, ocasião em que ela me deu o número do telefone dela e eu dei o número do telefone do meu trabalho.

Passados uma semana e nada de Elizabeth ligar, porém comprei quatro fichas de telefone público e liguei pra ela e a ficha só caia e nada dela atender e na última tentativa ela atendeu e marcamos um encontro.

Nesse encontro ficamos namorando, namoro esse que durou apenas seis meses, até o momento que conheci outra moça e por ter me apaixonado por ela resolvi participar a ELIZABETH o meu dilema, haja vista que não era certo eu ficar namorando com duas moças.

Marcamos um encontro na Encetur, para quem não sabe Encetur era a antiga Cadeia Pública de Fortaleza, a qual foi transformada em local Turístico.

Sai do trabalho e peguei ELIZABETH na Farmácia no Centro da Cidade, onde ela trabalhava e fomos para Encetur, onde acontecia uma Seresta.

Ali chegando sentamos à mesa , onde foi servido cervejas com tira gosto, porém após meia hora no local, eu participei a ELIZABETH, que estava gostando de outra moça e que não era certo eu engana- lá , por isso queria acabar o namoro.

A priori ELIZABETH não aceitou, dizendo que era uma ilusão minha e que era uma paixão passageira e que pelo fato de gostar muito de mim , iria dar um tempo.

Nesta ocasião eu levanto a cabeça e dou uma olhada nas mesas, estando o local lotado de casais.

Para surpresa minha, vejo a moça que eu estava apaixonado acompanhada de uma amiga e dois homens na mesa, tomando cerveja.

Confesso que me deu uma tremedeira, que nem o copo eu conseguia levar a boca, tendo ELIZABETH percebido do meu nervosismo e perguntando se eu estava passado mal.

Após uns minutos em estado de choque, pedi a conta e enquanto o garçom trazia, fui no banheiro e passei perto da dita moça, que eu estava querendo namorar.

Foi nessa ocasião que ela me viu e agiu normalmente me chamando pra mesa, todavia, fiz de conta que não estava ouvindo.

Após pagar a conta sai do local, desta feita agora com minha ex namorada ELIZABETH, indo deixa - lá na parada de ônibus e fui pegar outro coletivo pra ir para casa.

Moral da História:

Como diz o ditado " é melhor um pássaro na mão do que dois voando".

Comecei a noite com duas namoradas e acabei sem nenhuma.

Uma semana após esse episódio, encontrei com a citada moça, que morava também na cidade 2000 e foi sanado o mal entendido, alegando ela que os dois homens eram colegas de trabalho e tinha costumes de frequentar aquele ambiente na sexta feira.

Hoje essa moça relatada na história é minha esposa e se chama LUCY e passados trinta anos desse fato, certa vez encontrei com Elizabeth, por coincidência em uma Farmácia, perto do meu trabalho, estando ela atualmente também casada.

As coincidências não pararam por aí, no ano de 2015, em um dia de sexta feira, cheguei em casa por volta das 17:00 horas e quando adentrei no carro na garagem, vislumbrei três mulheres sentada na mesa da área conversando e uma delas, era nada mais , nada menos do que ELIZABETH.

Eu tomei um susto e pensei : ….. "o que é que essa mulher estar fazendo aqui"....

Desci do carro e cumprimentei todas dando boa tarde, ocasião em que LUCY chega com uma bandeja com café e apresenta:" EDILBERTO, essas aqui são minhas amigas da igreja.

Adianto, que LUCY já sabia dessa história, narrada anteriormente, porém não conhecia ELIZABETH, por conseguinte, ELIZABETH, nunca soube que eu casei justamente com aquela moça, que encantou meu coração a qual deixei de namorar com ela pra ficar com a tal moça, hoje minha esposa como já frizei anteriormente.

Como eu falei anteriormente, uma história interessante cheia de coincidências, que envolveu um jovem aos 24 anos, que estava em busca da mulher, que seria a mãe de seus filhos, esse era meu desiderato.

Dedico esse CONTO a Juventude de meu tempo década de 70, anos dourados da Jovem Guarda.

CONTO de Edilberto Nobre baseado em fatos reais.

05.05.2021, revisado