O agora
Ele acordou com a ressaca do vinho
Havia bebido uma garrafa sozinho
Pulou até o banheiro
Um banho demorado
A mente vazia
A água quente caindo sobre seu corpo
Saiu do banho e olhou o quarto
A cama bagunçada
Cortinas fechadas
A prótese da perna jogada no chão
Suspirou e abandonou tudo pra trás
Pulou para a cozinha
Fez café
O cheiro do café se espalhou pela casa
A chovia bastante
Ele estava sentado com os braços cruzados na mesa
Diante de si uma caneca de café quente
Olhava através do vidro molhado da janela
a chuva que molhava a rua
as árvores de acácias com suas folhas amarelas
assim como o musgo que tomava conta do muro
O céu branco de chuva
As flores amarelas
O musgo verde
Tudo em harmonia para criar uma passagem viva
E ele ali sentado podendo admirar
Tudo acontecia naquele instante
A ressaca e os problemas ficaram para trás
O que restava era a paisagem
O instante e
O agora...