Chupim
28.12.2018
109
Todos os dias escutava o seu berro agudo e frenético. Percebi esse grito, em um dia em que estava na varanda de casa, e vi no gramado em frente, um pássaro negro do tamanho de um sabiá, parado e abanando as asas e de bico aberto. Então, veio outro, metade do seu tamanho e lhe deu comida . Engoliu, e continuou seu grasnar intenso, esfomeado, fazendo com que a pobre coitada da pequena mãe buscasse mais comida para o "nenezão"! Ela corria pra lá e pra cá, ele esperava, asas batendo, gritando. Era um "chupim" com a sua mãe adotiva: uma tico-tico, tico mesmo de pequenina - uma graça sua ação maternal.
Fiquei pensativo. Sabia da história desse pássaro que colocava seus ovos nos ninhos de outros - achava que comia os desse hospedeiro - para ser criado pela mãe adotiva. O lado cruel da natureza para a sobrevivência das espécies.
Vendo essa realidade ali no meu jardim, me deixou mais curioso ainda. Para saber como era a relação de diferentes tipos da espécie de pássaros, fui pesquisar na internet:
"O chupim é conhecido por colocar seus ovos nos ninhos de outras espécies de aves, para que as mesmas possam chocá-los, criá-los e alimentá-los como filhotes, um processo conhecido como parasitismo de ninhos. Por isso acabou virando sinônimo de aproveitador. São diversas as espécies parasitadas por essa ave, mas a mais comum de se ver alimentando um filhote de chupim é o tico-tico.
Registros desse parasitismo: tiê-sangue, tiê-preto, cardeal dentre outros também já foram feitos. No Brasil, mais especificadamente no Rio Grande do Sul onde a espécie é encontrada com grande frequência em razão das plantações de arroz. Outra curiosidade, no Rio Grande do Sul, é a denominação de "Chupim" a pessoas que se aproveitam da situação para tirar proveito de outras, ou simplesmente como se fala por todo o país ficar na "aba do chapéu".
Perfeito! Era assim que ele agia, aproveitando-se da ingenuidade e benevolência dos outros em benefício próprio. Pensei também, nós humanos, fazemos o mesmo de várias e diferentes formas. Somos no fundo iguais, não importa a espécie, a raça, a cultura, o credo: tendo uma oportunidade, somos "chupins! " Será também, uma questão de sobrevivência?
Volto-me ao meu jardim. O chupim e a sua mãe adotada: ele, com o seu gritar de fome insaciável; ela, nos seus curtos e rápidos passos na busca de comida para mantê-lo. Um perfeito chupim.
Venda do meu livro *VIM, VI E GOSTEI* :
MAGAZINE LUIZA (físico)
https://www.magazineluiza.com.br/livro-vim-vi-gostei-viseu/p/ka747j24he/li/coec/
AMAZON (físico e digital)
https://www.amazon.com.br/Vim-gostei-Fernando-Ceravolo-FIlho/dp/655674574X/ref=sr_1_1?__mk_pt_BR=%C3%85M%C3%85%C5%BD%C3%95%C3%91&dchild=1&keywords=9786556745749&qid=1610107259&s=books&sr=1-1
SUBMARINO (físico)
https://www.submarino.com.br/produto/2728986669/livro-vim-vi-gostei?pfm_carac=9786556745749&pfm_page=search&pfm_pos=grid&pfm_type=search_page
GOOGLE (digital)
https://play.google.com/store/books/details?id=A1kXEAAAQBAJ&gl=br
BARNES&NOBLE (digital)
https://www.barnesandnoble.