CONTOS PERIFÉRICOS (O TREM EM LOCKDOWN.)
...Mas um dia!
Nesse Rio de janeiro.
A contagem regressiva começa.
A porta do trem se abre.
Aí já viu.
Viramos verdadeiros espartanos.
Na arte de arrumar,um cntinho, qualquer.
Ou até mesmo,um assento,para descansarmos o pé,a coluna ou a bunda.
Lockdown,nessa selva de pedra,que é o Rio de Janeiro?
Lockdown, só da porta do trem,pra fora.
Pois dentro dele, é a luta do mais forte.
Pois de forma ferrenha,usamos esse meio de transporte,para chegarmos ao local de trabalho,todo santo dia...
Falando em santos, é difícil ver algum, pois a máscara cai por completo, quando entra um adulto com criança.
O sono vem,e vem com rapidez.
Insônia???
Aqui não existe.
Insônia???
Só quando se chega em casa.
Aqui,do meu lado,tem uma senhora com uma criança...
Já passou,umas dez estações,e ninguém ofereceu o lugar.
Fito meu olhar,na menininha linda,em pé,com vestidinho azul,cheio de florzinhas,com seus pequenos braços, agarrada na perna da mãe.
Devido a desumanidade,de alguns,ao sentarem em bancos prioritários ao invés de cederem o lugar,a alguém de direitos,leva meus dentes a trincarem,quase todo dia.
(Não é bruxismo,eu sei, é a raiva e a covardia,que vejo em alguns atos,e nada posso fazer,ou posso???)
Algumas vozes indignadas começam a aparecer:
-Cade o lugar de prioridade.
- o lugar de prioridade é para idosos, pessoas com crianças no colo...etc...
As vozes,tornam se unissonas,ganham força.
O caldeirão de aço e ferro,que é o trem, começa a ferver.
A mãe,da criança,manda deixar pra lá,tem medo.
Não quer arrumar confusão.
Um homem é arrancando do lugar de prioridade a força,e jogado fora do trem.
Pensei:
- Talvez, não era só medo da mãe,ela queria evitar,o trauma,de uma confusão,na mente da sua criança.
O tempo passa...
Não aguento,dou uma leve risada.
Um sujeito,me pergunta:
- Qual foi a graça irmão.
- você está rindo de mim.
(Fico quieto, prefiro não responder.
Pois aprendi,na arte da guerra,do cotidiano.
Que em uma confusão,temos que evitar levar o primeiro tapa,pois quando um bate,aí a multidão,se junta,e termina em massacre.)
...O sujeito, continua me olhando,de cara amarrada, malandramente ou covardemente, prefiro,me isolar em outro vagão.
...Pois o que a maioria não sabe, é quem teve a ideia de arrancar o cara do assento.
Era um cara,que conheço de outros carnavais
Era o cara,que discutirmos, alguns dias, passados.
( Quando,ele estava,em um assento de prioridade,e não quiz levantar para uma idosa.)
Eis aqui,a ironia da vida!
Eis a saga diária,do meu cotidiano.
Eis a sociedade,em uma eterna transformação.
...O celular toca...
Atendo (É o meu chefe ):
- Eu não mandei, você chegar cedo hoje,temos uma visita importante para o negócio.
Putz,eu havia esquecido.
O humor,vai de dez a zero,em segundos.
Fico azedo.
...Hoje vai ser um dia, DAQUELES!!!
By Alan Jefferson