A viagem
Lá vem o trem ziguezagueando na fazenda. A máquina vai sendo conduzida por alguém experiente.
O trem vem surgindo em meio ao rebanho. Lá vem a Maria Fumaça puxando os vagões de passageiros. Da janela lateral alguém observa as flores do campo. A oeste se vê a serra onde uma bela moça de grossas tranças desce com um feixe de lenha em direção a casinha de pau a pique.
Lá vem a agulha zizuezagueando pela fazenda. A máquina é pedalada pelos pés de dona Candoca. E o plic plic da agulha vai contarnando as vaquinhas riscadas em papel carbono. As flores já foram bordadas e enquanto a agulha e a linha trabalham desenhando a chaminé da Maria fumaça, o café fumegante levanta fumaça na caneca de dona Candoca.
Há dois dias a senhora trabalha na toalha de mesa bordada.
No terceiro dia alguém pergunta quem seria a moça de grossas tranças que desce a serra. Dona Candoca sorri contente e responde:
– Essa sou eu, quando jovem, que descia feliz a Serra lá no interior de Minas Gerais.