A Calçada

10.12.2018

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Passo sempre caminhando por essa calçada e noto a sua limpeza. Impecável! Fico pensando como ou quem a deixa assim, sem qualquer sujeira, lixo, folha, graveto ou papel. Limpíssima. É de mosaico português - aquelas pedrinhas retangulares e irregulares colocadas uma junto da outra, tradicionais (eram as calçadas da cidade antigamente, hoje nem tanto) e se percebe essas pedras por estarem limpas. É bem extenso, mais de três quarteirões, esse trecho em que passo frequentemente, limpo.

Outro dia, quando vinha andando por ela, vi à minha frente um senhor limpando-a: cabelos brancos, curtos, óculos, cara limpa, barba feita e de uniforme do clube que é rodeado por essa calçada e o responsável por sua manutenção. Manuseava o "cata lixo" (aquela caixa de boca em ângulo que balança, fixada em um cabo, característico dos limpadores de rua) e a vassoura de cerdas duras. Manuseava-os com maestria e rapidez fazendo o seu trabalho com afinco e esmero!

-Bom dia - cumprimento-o.

-Bom dia.

-É um tanto de calçada pra limpar, não é?

-Sim, bastante, cuido da metade dela, a outra é outro que limpa. Não dá né.

-Que horas o senhor começa?.

-Que horas são agora?

-Dez horas.

-Tem três horas que estou limpando, quase no fim. É o tempo que demoro, três, três horas e meia, conforme o dia.

-Olha, está uma beleza, limpíssima! Parabéns! Nunca vi calçada mais limpa que a sua! - lhe faço o elogio. Olha-me e sorri agradecido continuando a conversa:

-Mas o senhor sabe né, quando volto, tá suja de novo! Tem jeito não, o povo é mal-educado, joga tudo no chão, mesmo o pessoal bacana, de carrão, joga papel, cigarro, e outras coisas mais... A gente acha cada coisa na calçada!

-Imagino! O senhor sabe que vira e mexe eu acho moeda na rua? O senhor deve achar de monte, não?

-Acho sim, até dinheiro já achei! Tudo o que acho de valor , eu levo pra portaria do clube, pode ser que alguém tenha perdido e pode estar precisando. Mas moeda, coisa pouca, a gente fica, de "caixinha" né. Achado não é roubado, não é mesmo!

-Verdade!

-Brigado pela conversa e por gostar do meu trabalho, isso que é importante, fazer as coisas direito em tudo na nossa vida, não é mesmo?

-Parabéns de novo!

Segui meu caminho. Ele continuou com a varrição acurada e perfeita da sua calçada querida. Gostava do que fazia, era fato, pois senão, ela não estaria sempre limpíssima, de se notar.

Parabéns novamente!

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Fernando Ceravolo
Enviado por Fernando Ceravolo em 14/02/2021
Código do texto: T7184094
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