A formiga florista - BVIW
Estacionei o carro, fiz todo o ritual para descer, dei um olhada no espelho para ver o cabelo, passando as mãos para corrigir uns fios que dançaram com o vento, coloquei a máscara e desci. Ao subir no passeio, vi um buquezinho de flor andando pela calçada, bem debaixo de um arvoredo de flores brancas. Mas flor não tem perna, ora, como conseguia? Abaixei um pouco e vi a formiga florista carregando um buquezinho três vezes maior que ela, parecia mais um jardim! Uma cena linda de se ver! As formigas são espetaculares! Não é a toa que temos a Fábula da Cigarra e a Formiga, de Esopo. Acabei tão embevecida com a cena que me sentei no passeio para observar o seu trabalho. Parecia até que estava com o dia ganho, ou que sou uma desocupada, ou lesada... Daí me dei conta que eram muitas, cada uma numa função, umas carregando flores, outras folhas, outras inspecionando aquela fileira que vinha na contramão, parando por um instante, batendo suas antenas umas nas outras e liberando passagem. Mas não perdia de vista a primeira florista. Ao chegar no formigueiro, bem no pé da árvore, como fazer para introduzir o buquezinho? Ela fazia várias tentativas e nada de dar certo! A ideia era fazer, sozinha, o transporte das flores. Mas não deu, chamou reforços. Elas picotaram o buquezinho e cada uma levou para dentro a preciosidade do manjar. Comer flores deve ser muito chique! Eu fiquei pensando: quantas vezes na vida temos um projeto, trabalhamos nele mediante um processo, mas ele desanda e precisamos abortar a ideia principal e procurar outros meios, outros caminhos, outros projetos, até. Algumas vezes, achamos que podemos carregar sozinhos o mundo nos ombros, quando o peso é grande demais para nós concluirmos a travessia. Precisamos de reforços, de outras "formigas" de boa vontade. E cheguei à conclusão que não é vergonha mudar de caminho ou pedir ajuda, muito menos abortar uma ideia quando essa já não comporta nosso coração.
Estacionei o carro, fiz todo o ritual para descer, dei um olhada no espelho para ver o cabelo, passando as mãos para corrigir uns fios que dançaram com o vento, coloquei a máscara e desci. Ao subir no passeio, vi um buquezinho de flor andando pela calçada, bem debaixo de um arvoredo de flores brancas. Mas flor não tem perna, ora, como conseguia? Abaixei um pouco e vi a formiga florista carregando um buquezinho três vezes maior que ela, parecia mais um jardim! Uma cena linda de se ver! As formigas são espetaculares! Não é a toa que temos a Fábula da Cigarra e a Formiga, de Esopo. Acabei tão embevecida com a cena que me sentei no passeio para observar o seu trabalho. Parecia até que estava com o dia ganho, ou que sou uma desocupada, ou lesada... Daí me dei conta que eram muitas, cada uma numa função, umas carregando flores, outras folhas, outras inspecionando aquela fileira que vinha na contramão, parando por um instante, batendo suas antenas umas nas outras e liberando passagem. Mas não perdia de vista a primeira florista. Ao chegar no formigueiro, bem no pé da árvore, como fazer para introduzir o buquezinho? Ela fazia várias tentativas e nada de dar certo! A ideia era fazer, sozinha, o transporte das flores. Mas não deu, chamou reforços. Elas picotaram o buquezinho e cada uma levou para dentro a preciosidade do manjar. Comer flores deve ser muito chique! Eu fiquei pensando: quantas vezes na vida temos um projeto, trabalhamos nele mediante um processo, mas ele desanda e precisamos abortar a ideia principal e procurar outros meios, outros caminhos, outros projetos, até. Algumas vezes, achamos que podemos carregar sozinhos o mundo nos ombros, quando o peso é grande demais para nós concluirmos a travessia. Precisamos de reforços, de outras "formigas" de boa vontade. E cheguei à conclusão que não é vergonha mudar de caminho ou pedir ajuda, muito menos abortar uma ideia quando essa já não comporta nosso coração.