Minissaia.

Todo o dia pela manhã Julia repetia o ritual que consistia em acordar cedo, tomar um substancioso café da manhã com leite de vaca, café passado na hora e pão com manteiga sem culpas.

Na sequência vestia a saia azul marinho - argh! - até os joelhos como a mãe exigia, colocava a blusa branca, gravata petits pois vermelha com bolinhas brancas, sapatos pretos e argh, meias brancas até os joelhos.

Nos braços finos pilhas de cadernos grossos, livros.

O sacrifício durava até a esquina, onde por precaução virava o olhar para trás só para confirmar que ninguém da família estivesse por perto.

Mal virava a esquina começava o trabalho de dar várias voltas na cintura da saia e puxar um pouco a blusa para fora, e assim não aparecer a engenhoca por todas as amigas inventada.

Pronto! Finalmente as pernas libertas!

Hoje era dia de aula com o professor Alberto, solteirão convicto que controlava-se para não lançar olhares furtivos para a lindas pernas adolescentes.

Julia senta-se na primeira fila, portanto alvo fácil dos olhares tímidos e logo desviados com um certo nervosismo disfarçado.

Às vezes cruzava as pernas, fazendo com que a saia subisse mais ainda, outras vezes deixava as pernas meio entreabertas, sugerindo o que mal se deixava entrever.

No rosto imperturbável, exibia um olhar cândido.

Internamente sorria deliciada.

Jeanne Geyer
Enviado por Jeanne Geyer em 13/01/2021
Código do texto: T7159031
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