Minissaia.
Todo o dia pela manhã Julia repetia o ritual que consistia em acordar cedo, tomar um substancioso café da manhã com leite de vaca, café passado na hora e pão com manteiga sem culpas.
Na sequência vestia a saia azul marinho - argh! - até os joelhos como a mãe exigia, colocava a blusa branca, gravata petits pois vermelha com bolinhas brancas, sapatos pretos e argh, meias brancas até os joelhos.
Nos braços finos pilhas de cadernos grossos, livros.
O sacrifício durava até a esquina, onde por precaução virava o olhar para trás só para confirmar que ninguém da família estivesse por perto.
Mal virava a esquina começava o trabalho de dar várias voltas na cintura da saia e puxar um pouco a blusa para fora, e assim não aparecer a engenhoca por todas as amigas inventada.
Pronto! Finalmente as pernas libertas!
Hoje era dia de aula com o professor Alberto, solteirão convicto que controlava-se para não lançar olhares furtivos para a lindas pernas adolescentes.
Julia senta-se na primeira fila, portanto alvo fácil dos olhares tímidos e logo desviados com um certo nervosismo disfarçado.
Às vezes cruzava as pernas, fazendo com que a saia subisse mais ainda, outras vezes deixava as pernas meio entreabertas, sugerindo o que mal se deixava entrever.
No rosto imperturbável, exibia um olhar cândido.
Internamente sorria deliciada.