SOPA DE TOALHA
Década de 60, distrito de Laranjeiras, município de Banabuiu-Ce.
Coronel Geminiano Correia Nobre, meu avô, fazendeiro da região e devido sua influência política, era procurado pelos políticos, os quais queriam apoio.
No período das eleições os moradores das ribeiras, eram levados para votar no distrito de Laranjeiras.
Cansados da viagem e com fome , antes de votar e as vezes após a votação as pessoas passavam pela casa do Coronel Geminiano, onde ali era servido um lanche e as vezes sopa.
Havia muita movimentação na casa de entrada e saída de pessoas, sendo a cozinha chefiada por minha mãe dona Fransquinha e tinha como auxiliar algumas moradoras do distrito.
Meu tio Correinha, filho do Coronel Geminiano, era uma pessoa muito brincalhona e sempre ajudava minha mãe na cozinha, gerenciando a entrada e saída das pessoas.
Já no final da tarde chega o último pau de arara com vários eleitores, descendo todos na casa do Coronel Geminiano, porém, ouve-se uma voz , vindo do interior da casa "não tem mais sopa, acabou tudo".
Ligeiramente o tio Correinha vai até a cozinha, chama minha mãe Fransquinha e diz: E agora Chiquinha, como ele gostava de chamá-la, tendo a mesma respondido "não tem mais nada".
Tio Correinha olhou de um lado para outro e disse, vou dar um jeito, pegou a toalha que estava na mesa com a sobra de comida, pedaços de ossos e colocou o resto no panelão, jogando água na toalha e gritou Chiquinha, vamos rápido têmpera aí coloca bem verdura que o povo estar com fome.
E assim foi feito e quando o panelão ferveu foi servido sopa aos eleitores com fatia de pão.
Segundo relatou de dona Fransquinha todos da cozinha caíram na gargalhada, quando ouviu um senhor dizer em voz alta: O Sr.. Geminiano é homem é gente boa não deixa ninguém passar fome.
Moral da História:
A sopa foi servida a todos sem nenhuma reclamação e tio Correinha satisfeito, esclamou: Aff, missão cumprida.
CONTO de Edilberto Nobre, baseado em fatos reais.
23.12.2020.