INSTANTE
Estava longe, em modo inoperante onde não cabia julgar ou representar ou até mesmo caracterizar. Não havia ruídos ou estrondos, risos ou choros. Não lembraria do selo nem dos títulos que o trouxe ali.
Era o mesmo, o padrão: identificar, registrar... identificar, inalar...identificar, tapar... identificar, atar... o modo inoperante estaria prestes a se tornar modo convergente. Sim era ali, ali que estava, naquilo em que não se pode ainda nomear, mas se entende, as vezes é possível sentir como se já houvesse vivido aquilo.
É o contratempo ou talvez o medo ou anseio. Nessa briga não há pelo que mais se ater porque os significados aparecem e nos dizem que no final das contas, o que resta é isso em todas as mentes, até na mais exausta de anos de batalha.
Era uma curva no caminho. Como o vento que traz e leva sem qualquer preço ou mesmo apreço, sem precisar de qualquer termo por ser maior que isso. É como estar diante de uma panela quente esperando os últimos grãos se soltarem.
Era assim, como uma provisão que nada nem ninguém pode prever. Era como uma vista do último segundo de um dia e de uma noite ao se findar, ou uma inesperada gargalhada ao ver o primeiro passo de um bebê.
Era como agia. Não haveria mentira, distrações como blocos de carnavais, televisão ou palcos como os do político. Mas se couber arquivos como cabem assessorias, mas se couber assessorias como cabem vasilhas em prateleiras, ai os prontuários, receitas e bulas serão como etiquetas em supermercados, mais fáceis de decodificar
Na capa da pasta acima da mesa, dentre outras espalhadas, aparecia: citologia. No alto da instante de livros algo que falava sobre sonoplastia. Mas dessa logia, o que vem primeiro?
Imerso em seu devaneio entre o medo e o anseio, uma voz surgia e um estalo:
-Doutor, doutor, mais um corpo a embalsamar.
Fora então que ele teve a verdadeira visagem que nem todos podem ter, o último suspiro
Em 03-05-20