Espero que dê tempo!
25/11/2020
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A vida se vai. A pandemia está antecipando para alguns o seu final, como para amigos, que os levou inapelavelmente, pois o viver é fugaz como o adeus, e agora percebemos como!
O ciclo de vida e morte segue inabalavelmente; o que temos pela frente e o que faremos? Hoje, o nosso passado é maior que o futuro e infelizmente não podemos muda-lo. Vai dar tempo de fazermos aquilo que passamos parte da nossa existência ansiando e aguardando para agora realizar. Será? Teremos saúde, disposição, condição financeira para tanto?
Assim pensando, listei algumas situações que sempre quis fazer, avaliando as possibilidades de executá-las dentro das condições que tenho hoje:
-Surfar: desde menino quando frequentava a praia no Guarujá, via os moleques de cabelos oxigenados, e com fama de maconheiros, descerem as ondas, despertando-me a vontade de fazê-lo também; as pranchas eram caras e meus pais execravam os surfistas. Meu consolo era pegar “jacaré” com “tábuas” de madeira. Hoje, morando em praia de surfistas no norte da ilha de Santa Catarina, vejo alguns oxigenados e que fumam maconha de forma natural, invejando-os da mesma forma, pois meus joelhos me impedem! Pena. Não seria possível agora realiza-lo. Consola-me um pouco que meus filhos surfam...
-Voar de Planador: sempre invejei o voo dos pássaros, principalmente os que planam, tais como os urubus, e aqui na praia, as gaivotas e principalmente as fragatas, imponentes na sua envergadura e tranquilidade no voar, me fascinam. Poderia fazer um curso de planador, e realizar esse sonho.
-Pular de Paraquedas: acho que a adrenalina de cair de altitude e em alta velocidade, vendo a paisagem como um pássaro deve ser maravilhosa! Possível, mas vai depender do físico e do medo.
-Pilotar uma Ferrari: se aluga uma Ferrari por cerca de R$ 1.600,00 a hora, o que não é muito pelo sonho realizado. Poderia ser um dos primeiros!
-Esquiar na Neve: fiz uma viagem para Bariloche com meus filhos e sua mãe há mais de trinta anos e tentei, mas não consegui. Hoje seria mais difícil pela exigência física. Esquiei no mar, o que foi delicioso, mas não deve se comparar à neve. Acho que não seria possível, pois se não foi naquela época, agora muito menos.
-Escalar um pico com mais de 3.000 metros de altura: pode-se fazer a escalada do pico do Aconcágua nos Andes argentinos, com quase sete mil metros de altitude, em excursão organizada por empresas de turismo especializadas, com toda a infraestrutura necessária de apoio. O valor não deve ser muito barato, talvez em torno de cinco mil dólares, vinte e cinco mil reais hoje; seria possível, mas dependente exclusivamente das minhas condições físicas...
-Conhecer China, Rússia, Europa Oriental, Grécia, Inglaterra, Estados Unidos, Ásia, Austrália... : possível; mas pensando de forma objetiva: tenho quase setenta anos, estou bem de saúde, por enquanto, e provavelmente teria cerca de dez bons anos ainda para efetivá-las, espero, antes que as questões médicas venham a imperar! Ou seja, serei obrigado a elencar quais locais são mais interessantes que outros; uma dura escolha, como a de Sofia.
-Destilaria de uísque na Escócia: sempre foi a minha bebida predileta, mas sem ser um conhecedor, mais bebedor. Seria um passeio interessante e bucólico, pelas paisagens que vemos nos filmes de longas planícies onduladas de mata rasteira e verdejante, rios pedregosos de agua cristalina; uma opção para a escolha de viagem.
-Andar de Camelo e Elefante: também opção para definir as viagens, pois seriam experiências interessantes e diferentes. Estive no altiplano boliviano e peruano onde me encontrei com lhamas e alpacas, parentes dos camelos (elas cospem na gente!), mas não as montava por serem para transporte. Andar de elefante poderia ser complementar em viagem à África para ver leões, hipopótamos, elefantes e outros animais em safari fotográfico. Possível, mas dependente de custos...
-Corrida de moto na Ilha de Man: a corrida de motocicleta mais perigosa que há e chamada da “Corrida da Morte”, onde os pilotos são realmente Pilotos, já que o trajeto é feito pelas estradas e ruas das cidades da ilha, pouco protegidas, de curvas fechadas, beirando penhascos junto ao mar com mais de duzentos metros de altura, enfim, uma loucura de corrida que todo motociclista fanático como eu gostaria de ver. Há pacotes turísticos onde pode dar uma volta de moto pelo circuito. Talvez, pelo meu fanatismo por motos, escolheria essa ida a Man junto com a Inglaterra e Escócia em primeiro lugar.
Avaliando a lista, claro que haveria muitos outros, mais interessantes, desafiadores, com maior carga de adrenalina, enfim, há inúmeras coisas a se fazer nesse nosso mundo. Espero que dê tempo!
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