Frente Fria
21.05.2018
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Chegou forte e possante, violenta!
O sibilar do vento arrebatava as árvores, desfolhando-as; suas cabeleiras verde-escuras curvavam-se ante sua força, mas ainda não lhes quebrava os caules. Maleáveis, resistiam.
Folhas voavam pelo ar úmido e acre. O céu mudou sua cor brilhante e alegre para o cinza negro!
Soou, então, forte e retumbante o bombardear das trovoadas e faíscas ofuscantes. Assustadora visão do poder natural.
Pingos começam a cair, depois gotas grossas em um despejar bruto e volumoso de água. Nada se vê, só seu barulho metálico se escuta.
Ruas são alagadas em torrentes que as lambem; pessoas correm para se abrigarem. Molhado, tudo fica!
Ele observava pela janela do seu apartamento, aconchegado e abrigado, a beleza da cena agressiva e bruta que ela lhe apresentava. Viril, máscula talvez!
Diminui a sua intensidade. Seu cheiro forte se dissipa. Ela se vai, a chuva.
O frio virá agora anunciado por ela: a frente fria está por vir.
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