“Bate-bate coração”
11/03/2018
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Água sempre foi o seu meio. A sua fluidez, o seu abraço sedutor e candente que sentia ao seu contato. A mãe primitiva, a origem da vida.
Foi ao mar numa manhã para ter esse toque e exercícios fazer. Caminhou até a praia em dia de sol forte de verão com os apetrechos para nadar.
Calmo, tranquilo e convidativo, vai nele entrando devagar, sentido a sua temperatura, o seu afago, o seu movimento com as pequenas ondas quebrando no seu corpo.
Afundando até a linha da cintura: se joga e começa o nadar com braçadas longas e cadenciadas, respirando a cada uma.
Gira a cabeça para respirar e vê o céu azul límpido, com algumas gaivotas voando em grupo. Volta com ela para exalar o ar , soltando as bolhas na água cristalina e límpida, galgando distância com a imensidão azul à seu dispor. Sentiu-se deliciosamente como um peixe!
Continua nessa cadência de braçadas, pernadas e respiração por algum tempo. Já bem longe de onde entrara na agua, na direção do mar alto, mas sem perigo, pois a baía é enorme e calma, quase uma piscina. Decide parar o nado - era hora.
Entregou-se a ele, o mar. Olhar ao léu no céu, a boiar sentido suas lambidas de carícias que o levam longe nos seus pensamentos, livre e solto. Absorto.
Nesse silêncio, começa a escutar o som crescente no seu peito, "tum-tuntum, tum-tuntum...", o bate-bate constante do seu coração.
Embevecido pelo langor em que se encontrava deitado na agua, crescia na sua cabeça, pescoço e no corpo inteiro. "Tum-tuntum, tum-tuntum...". Máquina maravilhosa e perfeita, inigualável!
Pensa que algum dia não mais o irá escutar e sentir o seu bater. Bate-bate e pulse forte no meu peito velho coração, pois ao parar, seremos eternos como o mar.
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