“Ganhei o dia!”

02/03/2018

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Tenho achado ao longo da vida moedas em diferentes épocas . Cruzeiro, Cruzado, Real, enfim todos os planos econômicos que passamos e sofremos tiveram as suas, e às encontrei em situações e em locais inesperados e inusitados. Comum, eram esses achados e sempre as peguei, pois como dizia meu pai... "dinheiro não aceita desaforo!" Tinha a falsa ilusão que seria um sinal de sorte e ficaria rico! Nossa superstição de sempre nos acompanha, mesmo que digamos que não acreditamos nela.

Um dia, fui comprar o jornal na banca da esquina de casa. Chegando, vejo um senhor conversando com o "banqueiro", paro, e entre nós, uma moeda de um real reluzente ali sozinha no chão, à espera.

Vi-a e ele também. Hesitamos por alguns segundos, quando apareceu um baixinho de cara redonda e boa de nordestino, alegre e insinuante e a vê e rapidamente a pega do chão, perguntando ao dono da banca:

-"Seu Juão é sua?"

-Não vi que tinha uma moeda ai, alguém deixou cair.

- "É duseis?" - nos pergunta. Ficamos calados.

-"Si num é di ninguém é minha! Ganhei o dia então!"

Exultante, vai descendo a rua feliz por ter já ganho o seu dia. Nós a ganhar o nosso, pois perdemos uma parte dele no chão da banca naquele dia.

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Fernando Ceravolo
Enviado por Fernando Ceravolo em 18/10/2020
Código do texto: T7090446
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