Casos de Refrescos
Tinha acabado de sair de casa, um sol quente de verão num país tropical, era ainda começo de semana e tudo o que Lígia queria era um sorvete de... (ela sempre demora a decidir o sabor, mas retorna o pedido da semana passada) - Casquinha de chocomenta por favor!" Era tudo o que ela amava um bom sorvete, abaixo de uma boa sombra.
Mas ainda não tinha achado uma sombra pra se acomodar, mas de relance avistou como um óasis no deserto a sombra que sempre esteve a procura, já não tinha mais com o q se preocupar, se sentou e se aproveitando de cada sopro do vento que a refrescava, reclamava dos malditos mosquitos que atrapalhavam o bom momento!
Terminando, sua boa sobremesa, por gula pediu outra casquinha do mesmo sabor, mas dessa vez decidiu ir caminhando, e ao virar a esquina tropeçou e caiu num velhinho simpático e de bom coração que estava passando por lá, desesperadamente ajudou o senhorzinho a se levantar e ao ver que as vestes do idoso estavam toda manchada de uma massa verde, "o sorvete!" Exclamou em pensamento alto e claro o suficiente para todos os espectadores da diária tragédia pudessem ouvir, e o pobre senhor se prontificou em conforta-la:
- não foi nada minha filha, eu chego em casa tomo um banho e fica tudo bem!
Estava tudo bem com o simpático senhor, mas e com o mendigo que estava na rua e tinha pedido a Lígia algo pra comer quando ela passou ignorante ao que ela tratava como um rato, e a pobre criança que queria mais um sorvete, mas a coitada era obesa demais e o médico tinha a proibído de comer massas e doces.
Deu sinal para o táxi tinha esquecido de suas sacolas de compras no local do acidente "entreguem para a caridade" ela ordenou com toda a autoridade que pensava ter!
Olhando um carro mais acabado do que o outro na avenida principal pela janela do táxi, observando os pobres coitados com uniforme que acham o luxo esperando o ônibus para voltarem para suas casas, cansados e precisando de um bom banho, afinal para irmos trabalhar já gastamos um pouco tempo, dinheiro, stress...
Nada mais parecia fazer sentido, a não ser que a criança que brincava no quintal de uma bela casa, era seu sobrinho Neto, como é bom ser criança, a única preocupação é perder a bola!
- Senhora, chegamos!
Ela nem tinha percebido que estava em frente da casa que costumava chamar de lar, três andares, com piso e porcenalato, suítes e quaetos para visita, cozinha gigante para cozinhar pratos e mais pratos, uma sala enorme para servi-los e chamar toda a família, mas no último Natal só compareceram os dois filhos que já moravam na casa, mas pouco viam a mãe, a casa era muito grande, enquanto se adentrava dentro de sua casa, se aconchegou na janela de seu quarto, aquela brisa da noite era tão... sem graça, as estrelas eram ocultadas pelas luzes dos postes, e as arvores não tinham flores no verão, até o mendigo tinha mais vida do que aquilo tudo.