"Nó Górdio"
28/11/2019
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Leio livro sobre Alexandre, o grande imperador macedônio que conquistou o mundo na época, escrito por historiador italiano. Livro interessante. Sua vida foi curta, morreu aos 33 anos, e quase toda ela em batalhas. Seu sonho era unificar os povos daquela região, hoje Grécia, Turquia, Irã, Iraque, Egito e norte da Índia. Foi o maior império há 2.300 anos.
Comprei-o em um sebo perto de casa por cinco reais, e seu título que me chamou a atenção: "ALÉXANDROS - AS AREAIS DE AMON!", como é a pronuncia do seu nome em grego.
A escrita é como a fala da época, interessante e arcaica. Sua leitura não é muito fácil. O autor pesquisou e acessou os escritos e textos antigos. Havia um historiador que o acompanhava nas campanhas, "Calístenes", como os seus generais, que faziam os diários respectivos, e as lendas e mitos sobre suas façanhas conhecidas até hoje. "Plutarco" também escreveu sobre ele e foi discípulo de "Aristóteles", que o educou.
É considerado um dos maiores estrategistas militares de todos os tempos. Até hoje suas batalhas são estudadas em escolas militares do mundo todo. Algumas, como a que enfrentou o rei persa "Dario III" na batalha de "Isso", com exercito muito inferior, venceu usando estratégia genial de "pseudo fuga", atraindo parte da cavalaria inimiga, encurralando-a e dizimando-a, colocando o rei persa em debandada com a sua guarda real de 3.000 homens! Feito e tanto.
Por estar lendo a sua história, procurei no "Netflix"- nosso vício hoje, e revi o filme dirigido por Olivier Stone, "Alexandre , o Grande", mostrando a maioria dos fatos do livro, e que os gregos, apesar de grandes guerreiros, berço da civilização, da democracia, conviviam com o homossexualismo sem restrições, fazia parte da sua cultura. "Aléxandros", mesmo tendo casado e tido filhos, teve amante por toda a vida - "Hefésion" amigo de infância e um de seus generais.
Em um dos capítulos, está acampado perto da cidade de "Górdio" aguardando reforços. Lá existia a lenda do "Nó Gordio". O rei com este nome, atara a sua carroça em uma coluna, com uma corda com um nó intrincado e que ficou conhecido assim. Ninguém o desatara por mais de 500 anos. Dizia-se que quem o fizesse seria o senhor de toda a Ásia! Uma lenda? Talvez.
Fiquei intrigado, pois já ouvira esse termo, "nó górdio": ter um problema ou situação insolúvel, mas nunca imaginava que fosse um "nó" de verdade! A leitura sempre nos faz aprender. "Ler é caminhar para a Luz", falava meu pai. Sigo lendo curioso.
Ele chega com seus generais ao templo onde está a carroça. Seus generais o instigam a desatá-lo, pois estava "Aléxandros" conquistando vários territórios e a caminho da Ásia, e nada mais justo que assim fosse nomeado, pois a tarefa parecia mais fácil que as batalhas que enfrentara. Debruça-se sobre o nó, firme, sem folgas e sem conseguir definir onde começava ou terminava. Observa com cuidado e atenção. Inicia a tentativa, mas viu que não conseguiria, estava difícil desatá-lo. Ficou ansioso, irritado pela pressão. O publico ao seu lado continuava a incentivá-lo, ele cada vez mais nervoso, quando sentiu o cabo da sua espada tocar-lhe na sua cintura, um sinal dos deuses, puxou-a e cortou o nó de uma vez vigorosamente! Urraram: "Aléxandros, Rei da Ásia", ao vê-lo com o nó em suas mãos e a carreta solta. Assim, resolveu um problema insolúvel, com uma solução simples e original!
Continuo a leitura esperando novidades e informações que venham a surpreender-me, como essa que desatou o nó há mais de dois milênios. Será lenda?
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