Blue

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Meu filho mais velho comprou uma cadela American Staff, raça muito parecida com a Pit Bull. Virou literalmente sua filha, pois a trata como tal. Blue é o seu nome. Tem 8 meses, uma meninota ainda! Conheci-a assim que a adquiriu.

Fui a São Paulo para rever meus filhos, mãe, irmã e levar a motocicleta que deixara na garagem do meu apartamento, agora alugado. Ficaria com a Blue e meu filho, em seu apartamento. Seria uma experiência nova para os três.

Eles, meu filho Marcos e Blue, chegaram em casa perto das 22:00 horas, enquanto eu já dormia no sofá da sala.

Em nosso reencontro daquela noite, ela cheirou os meus pés, lambeu-os carinhosamente e mostrou-se muito curiosa com a minha inusitada presença. Voltei a dormir, Marcos também se recolheu, mas ela ficou alvoroçada e começou a brincar comigo. Dava, com o focinho molhado, um leve toque em meus pés e saia em disparada pela sala do apartamento.

Estava agitadíssima, mas acalmou-se vendo que a casa dormia. Veio então até o sofá aninhar-se aos meus pés, quase igual a um gato. Foi uma "delícia" sentir o seu contato macio e quente, me fez bem.

Dormimos assim por um tempo. Ela "apagou" completamente. Escutava seu ronco baixo, sua respiração cadenciada e de vez em quando, seu mexer, pois tinha sonhos com grunhidos e latidos abafados, que parecia vivenciar com muita intensidade, como toda criança faz.

Nosso sono durou cerca de duas horas e meia, até eu acordar para ir ao banheiro. Ela se mexeu um pouco, mas continuou deitada de lado, tranquila.

Voltei e a encontrei de barriga para cima com as quatro patas recolhidas, em uma posição pouco usual, mais parecendo um gato e assim ficou dormindo. Tive que ter cuidado ao me deitar novamente para não a acordar. Parecia um bebê em todos os sentidos, atos e posições.

Fui pesquisar na internet sobre o cão da raça American Staffordshire, da qual conhecia pouco. Obtive que o seu atual jeito, dócil e companheiro, é o oposto ao da sua origem, já que foi idealizado para enfrentar animais grandes como touros, por trabalhar, então, para açougueiros na Inglaterra. Depois, devido a sua musculatura e desenvoltura, os criadores resolveram colocá-lo para lutar, pratica que era comum nos séculos XVIII e XIX. Acreditam ser uma mistura entre bulldogues e terrieres e que chegou aos Estados Unidos no início do século XIX para fazer muito sucesso nas arenas. Lá, os criadores desenvolveram um animal maior e mais potente que a versão inglesa. Mas as lutas foram proibidas e seu temperamento agressivo arrefeceu, sendo hoje um animal extremamente carinhoso e protetor da família.

A descrição bate perfeitamente com a sua personalidade. Adorei as noites que dormimos juntos, os dias no sofá e ela se aninhando de forma querida comigo - como uma "bebezona" que ainda é. A nossa interação foi "deliciosa".

O convívio com animais faz muito bem mental e espiritualmente, nos acalma. A mudança de temperamento do meu filho foi bastante visível, passou de ansioso a tranquilo após a sua chegada. É a sua Blue querida, merecidamente sua "filhota" e minha "netinha"!

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Fernando Ceravolo
Enviado por Fernando Ceravolo em 18/09/2020
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