Sucesso!
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- E o que você tem feito de bom? - pergunta-me um velho amigo em conversa pelo celular.
- Sucesso! - respondo de imediato.
- Mas isso você sempre fez , pois era parecido com o Magnum!- replica ele, rindo.
- Pois é, mas queria morar no Hawaii e andar de Ferrari -falo, rindo também.
Essa conversa me relembrou de quando escutei essa resposta pela primeira vez. Foi de um amigo de infância de um dos meus filhos. Ao encontrá-lo anos depois, já adulto, perguntei o que estava fazendo da vida e me respondeu em total sem cerimônia e falta de modéstia: Sucesso! Ao me falar essa frase, ri com ele por sua demonstração de total autossuficiência e a adotei.
Ele e outros colegas dos meus filhos mantêm a amizade até hoje, já todos adultos. Se conheceram no clube que frequentávamos quando tinham seus 7 para 8 anos. Levava meus meninos para fazerem exercício nas escolinhas de esporte e assim terem atividade na parte da tarde. Estudavam pela manhã, se exercitavam à tarde e eu os encontrava no início da noite, quando ia nadar também. Depois jantávamos, às vezes, com muitos desses amigos à mesa. Alegres, faziam a maior algazarra e eu com o meu jeito moleque de sempre, participava ativamente das brincadeiras. Erámos os "tios" de todos, nós e os outros pais.
Nesse período tínhamos uma Kombi, que era da construtora que tive naquela época. Durante as férias, aos finais de semana, a abarrotávamos de meninos, uns 6 ou 7 e seguíamos para Campos do Jordão, local em que a família da minha mulher, mãe dos meninos, hoje somos separados, tinha casa. Lá, no gramado do quintal, eu e os meninos fizemos um campinho de futebol, com traves de madeira. Jogar era a maior farra e geralmente aconteciam brigas entre eles, normais em jogo em que ninguém quer perder. Normalmente os que brigavam eram os meus filhos e eu tinha que ser o juiz. Bons tempos!
Agora, ao encontrá-los homens formados, tocando suas vidas, casados e com filhos, a nostalgia "bate". Impossível não virem à lembrança aqueles dias alegres e intensos que passamos juntos. Ao me reverem, sempre perguntam:
- E aí tio, o que tem feito?
Sem a menor cerimônia, imitando àquele que me ensinou, respondo:
- Sucesso!
Mas não como o Magnum....
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