As visitas II

A solidão lhe doía no cerne da alma-a ponto de deixar a porta do seu quarto aberta-,pois estava lhe fazia ouvir o barulho dos carros passando pela rua lateral.Não satisfeita passou a manter a janela aberta, que dava para um ambiente nada agradável .Jamais chegava a lançar o seu olhar para o ambiente.Às vezes o vento subia o tom,ouvia o sibilar das folhas das árvores.Ficava arrepiada,de medo,mas,não fechava a janela.Tudo parecia ser melhor do que se sentir-se no silêncio daquele humilde cômodo. Fitava o teto,e em seguida adormecia.

O corredor era quase deserto,pouco iluminado.Com raridade ouvia as passadas de um,ou outro morador.Não lhe tinham alguma admiração .Contudo,para se vê livre da solidão convidava,ás vezes, qualquer um deles para tomar cafezinho,jogar uma conversa fora.não dava atenção do que diziam.

Sentada na cama se divertiu com um morcego que entrou pela janela,e desenvolvia um bailhado nervoso pelo quarto.

-Podia ser um vampiro,de repente se metaforsear-se na sua imagem humana,e me fazer companhia...Um belo macho,cairia bem...sedento de sangue e de sexo,quem sabe..

O morcego deu algumas voltas por volta do lustre antigo e sem que esperasse voltou para a noite.

-Cada uma que me acontece,só me faltava sonhar assim.Imagine um vampiro...Acho que estou ficando louca.

Na faculdade não se aproximava dos colegas.Era de difícil relação.Bastava uma frase indigesta,uma opinião irresponsável,ou pouco sensata para que recusasse estender algum tipo de atenção para uma das colegas.

-Antes só do que mal acompanhada...

Dizia para si.Deitada,os olhos no teto.Uma aranha tecia uma teia num dos cantos .Ficou observando com atenção,até que adormeceu justamente quando a vizinha do lado começou a gemer,de forma despudorada,enquanto se satisfazia com as estocadas viris de mais um namorado imoral,irresponsável com alguma intenção,que não fosse a realização animalizada entre os sexos opostos,o prazer pelo prazer nada mais.

O seu último pensamento antes do sono lhe tomar de assalto foi:-existe,acho,que sim a unidade e a multiplicidade dos seres.Concordo com Empédocles e Anáxagoras.Sim estes fazem preceder de tudo na mistura por divisão.

A razão não lhe confirmou o por que daquele pensamento.Foi tomada de arroubo,e logo depois adormeceu.O morcego retornou e ficou dando voltas em volta de sua cama.A janela aberta comportava-se como uma porta aberta disposta e lhe revelar,talvez,algum segredo.Seria o vampiro a lhe visitar,e com desejos daqueles despudorados,e com sede de sangue fresco?Quem sabe.A lua cheia despontava por entre as nuvens decorada com múltiplas estrelas.

LG

Leônidas Grego
Enviado por Leônidas Grego em 31/08/2020
Reeditado em 03/08/2022
Código do texto: T7050655
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