A TERRÍVEL DOR DA PERDA.

Eu me lembro bem do nosso primeiro encontro. Um sábado chuvoso de verão. Foi amor a primeira vista. Eu vinha do trabalho e a vi, perto do balcão da loja. Era linda. Era real. Não consegui dormir direito naquela noite. Só pensava nela. Eu a queria muito. Passei a paquerar aquela belezura. Uma obra prima. -"Eu a quero!! Ela tem que ser minha!" Repetia a mim mesmo. Estava virando obsessão. Um mês depois, criei coragem e entrei na loja. Ela parecia me chamar. Eu nem piscava. Era muita emoção. Sem dúvida ela teria vários pretendentes mas eu estava decidido. Tomei-a nos braços e a levei pra casa. Cheguei sorrindo e muito feliz. Meus irmãos ficaram maravilhados quando a viram. Não era pra ser diferente pois era muito bela e atraente. -"Até que enfim! Ela é ideal para você!" Disse minha mãe. Aprovação de mãe é tudo. Eu sempre a tratei com muito carinho. Nossa primeira relação pegou fogo. Quanto prazer e gostosura. Ela nunca me decepcionou nesses doze anos. Ao contrário, estava cada vez melhor! Passamos muitas tardes juntos, acompanhados de um bom samba e muita cerveja gelada. Ela gostava de muita diversão. Eu a chamava de minha pequena. Admito que tinha muitos ciúmes dela. Enquanto estava no trabalho eu só pensava nela. Uma sexta-feira. Senti uma dor terrível ao ver a minha pequena na calçada, debaixo da chuva fina, pronta pra ir embora com outro. Era o fim de nossa relação. Deixei cair uma lágrima quando o moço parou o carro e a levou. Os olhos dele brilharam ao vê-la. Fechei o portão, cabisbaixo. Entrei. Um vazio. Uma perda. -"Adeus, minha pequena!!!" Foi bom enquanto durou. Nossos momentos estarão sempre guardados no meu pensamento e no meu coração. Ela colocou alegria na minha vida. Vamos mudar para o apartamento daqui a dois dias. Mal colei o cartaz escrito doação e já levaram minha pequena, minha churrasqueira de inox!!!!! FIM