A madrinha da noiva
Maria do Rosário vai se casar e convidou Doralice para madrinha. As duas haviam feito uma aposta há uns meses. Qual delas seria a primeira a se casar? Maria do Rosário não tinha dúvidas que seria ela. Já sabia que João Quintino nutria uma paixão por ela. Enquanto Doralice não tinha sequer um paquera a vista. Então a aposta estava ganha. Maria do Rosário assim que marcou a data do casamento sentiu se vitoriosa. E entendeu que Doralice estava conformada. Foi então que teve a ideia de convidá-la para madrinha. Convite aceito, passaram aos preparativos da festa.
O casamento seria realizado em meio as flores do campo, entre as serras mineiras. Bem próximo a cachoeira. Seria a realização de um sonho. Doralice insistiu que fosse ela que organizasse o casamento, conhecia como ninguém os gostos da amiga. E durante o mês inteiro as pessoas viram Doralice numa alegria só. Horas antes do casamento foram ver a decoração, e a amiga ficou radiante diante de tanta belezura. Foi feito um arco de flores sobre o altar. E não poupou na decoração. Havia bandeirolas enfeitando uma grande circunferência onde foi colocado as cadeiras dos convidados. A mesa do bolo era a mais bela que Maria do Rosário já vira. Um bolo de cinco andares com um topo com um casal de noivos. Os bem casados embrulhados em papel branco com laço prateado. E uma farta mesa deixou Maria do Rosário feliz. Tudo perfeito.
Partiram e foram para casa se aprontarem para o casamento. Dizem que o melhor da festa é esperar por ela, mas para Doralice seria a própria festa o melhor para acontecer. Assim que as amigas estavam prontas, a noiva e a madrinha, tiveram muitos elogios de uma para outra. Mas os olhos de Doralice brilhavam mais do que os de Maria do Rosário. Essa noticiou que tinha uma grande surpresa para a amiga. Assim partiram felizes para o local da cerimônia.
Maria do Rosário só estranhou o tamanho da mala que Doralice levava para o carro. Mas esta disse que fazia parte da surpresa.
A caminho tiveram um imprevisto, o carro enguiçou. Só havia as duas no carro. Quem dirigia era Doralice. Desceu, e anunciou que iria a pé buscar ajuda. A noiva ficou nervosa, é claro, e Doralice se foi levando a mala consigo.
Meia hora depois, vieram buscá-la a pedido da madrinha Doralice. E nervosa a noiva partiu.
Assim que chegou ao local da cerimônia a noiva se espantou. Viu que Doralice estava vestida de noiva, linda, sorridente. E sem entender, perguntou:
– Mas o que está acontecendo Doralice?
– Estou me casando também! Ou pensou que eu a deixaria ganhar a aposta.
A amiga sabia o quanto Doralice era tinhosa, só não entendeu com quem se casaria.
– Ora essa, meu noivo, é o irmão do João Quintino, seremos concunhadas.
Maria do Rosário abraçou a amiga e sentiu se feliz por ela também.
Casaram ambas ao mesmo tempo.
Na hora do bolo tiveram um entrevero. Maria do Rosário não desculpou a amiga pelo bolo de pêssego com ameixa, seu preferido era de morango com chantilly. Acusou Doralice de planejar frustrá-la no seu bolo preferido. Ficaram sem se falarem por um bom tempo. Até que Doralice teve a ideia de convidar a amiga para o aniversário do marido.