Pingo
Pingo era o gato,
lindo negro como a noite, quando o trouxe cabia na minha mão,
Aquele pontinho preto e frágil.
Colocamos o nome de Pingo pela aparente fragilidade, soubéssemos teríamos dado o nome de Furacão.
Pingo cresceu, e foi cativando a todos, aos poucos, foi angariando seu posto em nossos corações, com aqueles olhinhos travessos!
Tenho comigo que ele entendia não só nossas palavras como nossas emoções e pensamentos, como um ser superior que aprendeu a se comunicar além das vãs palavras, como quem desdenha entre uma lambida entre os dedos e outra, dizendo internamente:- Não preciso disso!
Nossos natais com ele eram mais...digamos...turbulentos!
Quando tínhamos acabado de enfeitar nossa bela árvore, com nossas belas bolas brilhantes, lá vinha ele espreitando por trás dos móveis, dizíamos a ele como estava linda nossa árvore, ele deitava no sofá como quem nada quer, nos esperava sair.
Ah...ele amava escalar a árvore de natal, se divertia com todo aquele brilho, enquanto escalava, seus olhos eram de pura alegria!!
Até alguém gritar da cozinha. -Pingooo!!Ah...esse gato não tem jeito!
Lá saia ele mal dando conta de fazer a curva, fugindo pra varanda.
Mas confesso, montava e remontava a árvore com gosto, só para ver a alegria, do nosso, Pingo...ou...Furacão.