BANHO NA LUA
__________BANHO NA LUA_________
Marcos e Marcinha estavam felizes, tão felizes quanto se pode estar ao ganhar de presente o que mais queriam: uma cadelinha para cada um.
Para crianças de três e quatro anos respectivamente, até que foram bem originais ao batizar os filhotinhos: Marcos batizou a sua de lua e Marcinha chamou sua cadelinha de estrela.
O menino, a menina, lua e estrela passaram a ser companheiros inseparáveis, eram quatro seres que passeavam juntos, brincavam, riam, corriam e até para dormir queriam ficar na mesma cama!
Já se tornara rotina as cadelinhas acompanharem a família em suas viagens para onde quer que fossem.
Então, foram passar uns dias na fazenda da vovó...
Tudo corria muito bem até que lua, a mais levada do quarteto, escapuliu de seus companheiros e invadiu curral, paióis, chiqueiros e tudo o mais que podia xeretar naquele espaço todo.
Quando finalmente foi encontrada por seu pequeno dono, estava toda suja, cheia de carrapatos e...eca, pulgas!!
Ela estava tão suja, que a mamãe proibiu o garotinho de pegar sua amiguinha no colo, nem dentro de casa ela poderia entrar, até que tivesse tomado um banho.
Isto dito, a mãe foi repousar enquanto o pai andava pelas pastagens com o cunhado olhando o gado.
Horas depois... todos correram ao ouvir o grito choroso:
_ MAIÊEEEEEEE............ELA MORREU! ELA MORREU!!
Foi um corre daqui, outro corre dali... toda a família chegando ao mesmo tempo perto do menino para saber o que tinha acontecido...
Os adultos depararam com um Marquinhos choroso, tendo em seus braçinhos sua inseparável amiguinha lua, imóvel...parecendo já ter dado o último suspiro...
Com imenso pesar, o pai tira a cadelinha dos braços do filho ao mesmo tempo em que a tia o pega no colo dizendo palavras confortadoras:
- Não chore meu pequeno! A tia compra outra lua para você...
Que nada! O menino chorava mais e mais...
Parecia nada mais haver a fazer, mas a mãe e o pai resolveram tentar mesmo assim:
Fizeram massagens no peito da bichinha, respiração boca-a-boca usando um funil, viraram-na de todos os lados...
Meia hora depois, já exausto, o casal se surpreendeu ao ver o animal dar um pequeno sinal de vida: Ela abriu a boca para buscar mais ar!!!
Eufórica, toda a família se juntou para ajudar...o corpinho da felina era pequeno para tanta mão que a massageava, assoprava...
Foi uma verdadeira festa quando a lua conseguiu se colocar novamente de pé!
Só então os pais procuraram descobrir o que tinha realmente acontecido para deixar a cadelinha naquele estado, ao que Marcos explicou:
- eu dei banho nela ... – falou baixinho o menino.
- Só banho? – perguntou a mãe impaciente.
- Sim mãe...como as pulgas não saíam, eu “segurei ela” no fundo da bacia para afogar as pulgas!
Imaculada Catarina