O fim de uma flor
Observava o imenso verde do silvado de sua terra, ela, que também o chamava de sua, seu Manoel esperava a volta do filho. Com os seus grisalhos fios capilares, adquiridos ainda cedo, por conta do árduo trabalho da realidade rural, via o horizonte, sentindo a natureza. O vento em seu rosto, o Sol se despedindo, as verdes colinas, agora vestidas de ouro dos raios solares, o gado espalhado. Deixou escapar de si uma lágrima.
Ali era o paraíso.
Ao longe viu, na térrea estradinha, a velha caminhonete, era seu filho. Quando chegou, com a companhia de quem devia, agradeceu a Deus pela alegria concedida por esse tempo. Foram, os três, Manoel, seu filho e o novo pároco da cidade vizinha, para o quartinho de dona Rosa, a doce senhora que estava a falecer.
Recebeu a unção dos enfermos, despediu-se do seu grande amor, de sua filha caçula, a quem lhe fazia companhia e ao seu filho, enfim, deixou-se libertar a alma para o seu destino.