POBRE BÊBADO

A escuridão não permitia que eu enxergasse um palmo a minha frente, mas eu insistia, seguia adiante. Enfim parei um pouco, o cansaço me obrigava a isso, já havia percorrido um longo caminho, sempre às escuras, sem saber quem realmente sou e para onde ia. Isso me intrigava, me deixava triste, decepcionado, com raiva de mim mesmo. Quem eu fui? Quem sou? Prá onde pretendo ir? Perguntas sem respostas.

Ali, sem saber onde estava, fiquei, não porque gostasse, mas porque a situação me obrigava a isso, o cansaço miserável tomou conta de mim. Os olhos se fechavam sem o meu consentimento, tentava abrí-los, em vão, então me rendi a essa triste cena.

Acordei, enfim acordei! Aleluia! Agora me recordo de tudo vendo esse sol em cima dos meus olhos e algumas pessoas a me olharem com um certo desprezo. Aí me dei conta que era um pobre bêbado despertando depois de uma noitada de muita cachaça.

Moacir Rodrigues
Enviado por Moacir Rodrigues em 09/06/2020
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