A rua dos pinheiros

A avenida dos Pinheiros.

São sete da manhã o sinal fechou para o vermelho, chove forte uma chuva torrencial. Edu olha para o retrovisor e vê a fila de carros que enfileiram um atrás do outro como que um bale sincronizado, ele olha para o relógio interno do carro e lembra que já está atrasado para entrar no trabalho, segunda feira sempre é um dia diferente parece que todos estão sempre procurando fugir de algo que é inevitável. O semáforo sempre é um lugar de reflexão e ajustes da consciência individual, Edu não foge dessa realidade sempre faz suas reflexões quando o sinal fecha, de repente ele olha para o lado e observa que as obras na praça central estão bem adiantadas chega a levar um susto pois apesar de passar ali todos os dias tinha até esquecido das obras e dos transtornos que ela causou por isso a enorme fila de carros atrás dele.

Ao observa melhor ali no meio da praça, Edu olha um pinheiro sozinho, solitário e estático na praça de concreto meio que absorvido pelo cinza endurecido ele e a única coisa viva naquela selva de concreto. Aquela cena impactante absorve a atenção de Edu que ali naquela pequeno instante o remete a uma reflexão interior profunda sobre sua vida e o que até aquele momento o levou até ali. Seu pensamento viajou longe o levou a infância tenra o tempo das brincadeiras infantis o bairro, os amigos a liberdade perdida que a cidade grande nos tira, então aquela arvore no meio do concreto frio e cinza refletiu na sua própria história. Ele lembrou-se da rua dos pinheiros que ficava localizada no bairro das Árvores, um pequeno bairro que resistiu por longos anos ao progresso do centro da cidade, com suas lojas modernas e transformações constantes do espaço urbano que sufoca tudo por possibilidades de consumo e poder econômico.

Com o passar dos anos sobrou apenas a rua dos pinheiros que no passado era uma longa avenida com seus canteiros largos e espaços de lazer onde nas tardes ensolaradas as famílias se reuniam para conversar e levar suas crianças para brincar.Edu lembrou como era bom brincar naquele local com seus irmãos e amigos ,como era bom aquele temo em que Todos se conheciam e que a vida era mais aconchegante, bem diferente de hoje onde as pessoas não conseguem perder tempo pois dificilmente se encontram para fazer as coisas mais simples.Edu sentiu a nostalgia daquele momento e como se aquele pinheiro preso ali no concreto cinza da praça moderna lhe dissesse o quanto ele estivera sufocado pelo peso da vida moderna esquecendo-se das coisas simples da vida,. O sinal abriu os carros começaram a sair e Edu ainda deu uma última olhada para a velha árvore precisava chegar ao trabalho o mais rápido possível estava atrasado, não tinha tempo para o passado pois o presente já começava a cobrar dele a pressa sufocante do mundo moderno e os motoristas raivosos com seus carros apresados queriam passar antes que o sinal voltasse a fechar.

Pereira de Melo.

Pereira de Melo
Enviado por Pereira de Melo em 01/05/2020
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