| 1 | eu estou falando comigo?
minhas noites de sono vem sendo as mais estranhas possíveis. por vezes acordo pouquíssimas horas depois de ter ‘’dormido’’ sem compreender o que esta a minha volta e se aquilo é sonho ou realidade. é muito louco e interessante ao mesmo tempo, por que no fundo no fundo eu sei o por que.
minha mente.
minha mente esta carregada de coisas que eu ainda não sei o que são, mas que me aguardam do outro lado da cidade para que eu possa me encontrar e liberar minhas ideias e se livrar do stress do dia a dia no sistema. minha mente quer que eu faça isso que estou fazendo agora, só para que eu me esqueça um pouco dos problemas e afazeres que tenho.
teve esse dia em que eu marquei de me encontrar com a Mônica, pra tomar um café e lembrar um pouco de nossa existência. bem, eu mal dormi naquela noite. eu precisava roteirizar cada segundo que antecedia o encontro, para que eu pudesse chegar lá sem ter de dizer “peço perdão pelo atraso, não sabia que músicas colocar para ouvir enquanto tomava banho e me arrumava”. quando eu acordei, ela estava me olhando e perguntando se eu já tinha conseguido um dia para assistir vingadores ultimato. a resposta foi negativa.
e tinha esse cara sentado em uma mesa, não tão longe da nossa e suficientemente perto para que ouvisse nossa conversa. não me era estranho mas não conseguia me lembrar de onde o conhecia. mônica esperou que eu desse o primeiro gole no café para me questionar
- lembra quando praticamente toda semana ce escrevia algo novo e postava? o que ta rolando?
- eu não sei o que ta rolando, mas acho que tudo ao mesmo tempo
- “a minha cabeça é um equipamento usado para experimentos químicos, que eu venho jogando varias coisas…” bom foi você que falou isso num texto
- sim, assim como eu falei que eu faço isso esperando que tudo exploda
- típico…
- típico o que mônica?
- se existe um movimento chamado “anti-minha própria arte” certeza que você faz parte
- se não existe eu fiquei tentado a criar agora
- eu te odeio matheus…tipo, eu odeio esse matheus que é contra o próprio talento
- eu não faço isso, eu só to tentando encontrar uma estrada sem buracos e acidentes
- ta pedindo demais então
- o que você quer que eu faça?
- ESCREVA, PORRA, ESCREVA!!
a expressão em meu rosto mudou completamente. foi como ter recebido um soco no meio do rosto. mal sabia eu o que estava por vir depois daquilo.
- ta ouvindo o que ela ta falando?
meus olhos se voltaram completamente para aquele cara sentado perto da gente. eu sabia que o conhecia de algum lugar de dentro de mim. era como olhar para o espelho. e ele me olhava fixamente e ria da forma mais prazerosa possível. fui tomado pela adrenalina e meu coração disparou. fiz que ia me levantar e ele se colocou de pé rapidamente. sem piscar ou desviar o olhar, aquele cara começou a vir até mim. mônica segurou meu braço mas eu ainda tentei me por de pé. tentei.
- desGRAÇ…
POW! um soco no meio da cara e direto em minha mente. cai ao chão. aquele era meu lugar. eu me encarei um pouco e tudo o que vi depois foi aquela bicuda vindo ao meu encontro e o apagão. dizem que fiquei envolto de sangue e ideias, uma cena digna do selo Tarantino de qualidade.
minhas noites de sono vem sendo as mais estranhas possíveis. foi então que eu acordei novamente no meio da noite, totalmente confuso. tateei ao meu redor e para meu alívio, estava em meu quarto. Eram duas da manhã e tinha um monte de mensagens de mônica, a maioria delas perguntando se eu estava dormindo. a ultima delas:
"vê se não esquece que a gente marcou café hoje e traz meu remédio que esqueci ae’’