Desventuras de Um Técnico - Temporada 2015 - Parte I - O Batismo de Fogo no Campeonato Gaúcho
Aquele 11 de Janeiro foi um dia inesquecível para mim quando a diretoria do Brasil de Pelotas me apresentou como seu novo técnico.
A história recente foi contada e cantada em diversos meios de comunicação e naquele momento o time estava em franca ascensão após passar por uma terrível tragédia em 2009.
Subiu para a Série C em uma partida dramática contra o Brasiliense derrotando-os nos pênaltis e chegando até a Final da Série D sendo derrotado pela Tombense da mesma forma.
Fiquei sabendo o motivo da minha contratação. Rogério Zimmermann havia sido suspenso por 180 dias devido aos incidentes da infame “Batalha do Café” contra o Londrina e teve que sair do clube.
No dia seguinte, os jornais locais tiveram esta manchete: “Mario Oliveira é o novo técnico do Brasil de Pelotas”.
Nos primeiros dias de treinos, tentei colocar em prática o 4-3-3, meu esquema preferido de jogo.
No entanto, percebi que o esquema seria muito complicado de usar pelas características dos jogadores que estavam acostumados com o 4-4-2 implantado por Zimmermann.
Então resolvi adaptar-me a situação, mas colocando um triângulo de meias ofensivos porque gosto de ver o time atacar bastante.
Logo o Campeonato Gaúcho começou e a campanha teve um início claudicante com derrotas e empates inesperados com algumas vitórias na base da raça chegando a duas viradas consecutivas nos minutos finais contra Caxias e São Paulo de Rio Grande.
O time terminou em quarto na fase inicial e eliminamos o São José de Porto Alegre em um jogo relativamente tranquilo com Alex Amado e Felipe Garcia fazendo misérias na partida.
Meu Waterloo, porém, foi nas semifinais com o forte time do Internacional e nos dois jogos acabamos perdendo.
O primeiro foi um discutível 2 x 1 na Baixada com um pênalti inexistente a favor do Inter e um 3 x 0 no Beira-Rio onde o time não viu a cor da bola.
Ao menos, fizemos uma boa campanha no Gauchão terminando em terceiro lugar e nos dando a confiança necessária para a disputa da difícil Série C.
Pra mim, o batismo de fogo como um técnico de um time competitivo foi perfeito.
Em breve, a Série C começaria e pedi alguns reforços a diretoria entendendo que o plantel precisava ser bem encorpado para uma competição de 38 jogos com adversários bem mais fortes.
Vieram Wescley, um bom meia emprestado pelo Ceará e Lucas Santos, um dos destaques do Juventude no Gauchão entre outros jogadores.
Tudo parecia ir bem, mas nem mesmo iria prever que a Série C traria tantos dissabores pra mim.
E também um novo desafio em terras estrangeiras.
CONTINUA...