RECORDAÇÕES DE INFÂNCIA

Ao perambular lentamente sobre um barranco e já quase na beira do rio, rosolvi parar e sentar; ali no silêncio, fechei meus olhos para mentalizar as tantas belezas que no decorrer do caminho havia visto. Viajei no tempo! Recordações afloravam na velocidade do vento, a uma certa altura, voava por cima dos brejos, dos capinzais, das plantações rasteiras, muitas belezas. Num devido momento, eu pousava em terra e como antes, pegava um talo e andava a cavalo como se fosse o próprio. Soltava depois e pegava um pendão... corria por dentro das verêdas que os bichos faziam entre os carnaubais para passarem ou passearem. Nelas, eu usava o pendão como se fosse um carro de luxo..., meu brinquedo preferido no meio de tantos outros do mesmo seguimento. Ainda nesta viagem, recordava dos cajueiros, pertencentes as ancestrais dos meus amigos Jorge Braga, Cícero Pessoa e José Armando Costa, na localidade do Aracati, pois em seus galhos, as corujas se hospedavam e silenciosas dormiam, lindas, enfeitavam as ramadas ao se misturarem as folhas. Recordava ainda a brancura das areias do rio e das puagens dos ariscos, como também, o lamear das varzantes: tudo mágico, encantador e bonito.

Voltando a abrir os olhos, a realidade a vista... sentia de novo a mininez na alma, gratificado por ter podido voltar ao passado, e ao despertar das mais lindas passagens, tive a certeza de ter amenizado um pouco a saudade, de um viver bom, que dificilmente possa se repetir.

José Maria
Enviado por José Maria em 15/03/2020
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