Quando escrevo, não sou eu...

Se não tiver café, não escrevo.

Se não tiver música, não escrevo.

Vinho vem às vezes, me causa enlevo.

Não me perturbem

Não chamem o meu nome

Continue vivendo, mas se esqueça de mim, sem tormento.

Não se chateie, logo volto. No momento? Sinto muito, estou escrevendo.

Não sou eu que atravesso a rua escura, é o meu personagem.

Ele se chama Augusto e come pombas.

Me traga um café, a caneca está vazia, mas não fale o meu nome. Agora não sou eu que digito, é um escritor assassino que a tudo tomba.

Não diga nada, faça sinais de olhos e feche o portão.

Matar Augusto vai doer em mim, mas as pombas, ah, as pombas.

Elas me agradecerão.